Nesta quinta-feira (13), Djonga lançou o seu mais novo álbum “O Dono do Lugar” que teve um processo de dois anos de produção. O rapper explica que esse àlbum tem um outro tom que buscou tempo para trazer mais artistas para dentro do processo. Ele conta que chegou até a reescrever algumas faixas que questionam o próprio caminho de produção musical e da indústria.
“Quando fiquei pensando nessa Parada do Dom Quixote, eu refleti que estava falando tanto de indústria, falando tanto desse inimigo que é maior que eu, ou que eu nem sei se ele existe. Como em um momento que as coisas estão tão instantâneas e rápidas, que estão acontecendo eu to fazendo músicas de 5 minutos, falando tantas palavras e coisas sérias, eu pensei que eu só posso ser louco né mano“, disse o rapper em uma coletiva de imprensa e para a equipe do Notícia Preta que estava presente.
O novo álbum já impacta com uma capa forte e potente, trazendo Djonga com um molotov na mão querendo atacar um moinho de vento, enquanto o rapper é segurado por duas mulheres pretas. Djonga ainda lembra do processo de criação para a capa que tem uma referência ao clássico da literatura Dom Quixote, de Miguel de Cervantes:
“E aquela imagem do Dom Quixote, que é a imagem que é quando o Dom Quixote tá tentando lutar contra o moinho de vento, e sendo segurado pelo escudeiro dele. Aquela imagem pra mim, é perfeita pra refletir sobre esse lance da loucura, dessa luta que é uma parada que talvez pode ser maior do que eu e eu nem sei se ele existe”, destaca o cantor.
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A ideia, como conta o cantor, surgiu quando Djonga estava em sua turnê na Europa e descobriu que os moinhos que foram a inspiração para a luta de Dom Quixote estavam localizados na cidade de Consuegra próximo a Madrid na Espanha, perto de onde ele estava. A equipe do rapper então embarcou para o local a fim de fazer as fotos para a capa. Sobre a escola das mulheres pretas na capa Djonga também explica:
“Foi importante ter feito a foto da capa lá, pois traz a energia real da parada. A gente realmente ali era o Dom Quixote, sendo segurado por duas mulheres pretas que é quem segurou a gente a vida inteira.”
Ainda sobre as músicas do novo álbum, Djonga diz que segue visando sempre as reflexões sobre a masculinidade do homem preto, a força das mulheres na construção de um novo mundo, a necessidade urgente de construir nova relação com a indústria da cultura e da música e o racismo.
O Dono do lugar está disponível (13/10) nas plataformas Spotify, Apple Music, Tidal e Deezer.
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