Em um mercado musical ainda marcado por desigualdades estruturais, DJ Tamy se consolida como uma das vozes potentes e necessárias da nova geração de artistas brasileiros. A DJ e comunicadora reflete sobre seu papel como mulher preta na indústria.
Apesar do crescimento de discussões sobre diversidade, a presença de mulheres pretas em posições de destaque no hip hop ainda é minoritária. Tamy não só ocupa esses espaços como os redefine: “Cada vez que subo no palco, lembro que minha presença não é só sobre mim – é sobre abrir portas para outras meninas pretas que sonham em estar aqui“, afirma.
DJ, comunicadora, curadora – Tamy se recusa a ser definida por um único rótulo. “A arte preta é sobre expansão. Não me limite a uma função. Estou aqui para criar, debater e inspirar“, diz.

Tamy constrói sua trajetória rompendo com rótulos e caixinhas, entendendo a arte como ferramenta de expressão, identidade e mudança.
Para Tamy, a música vai muito além do entretenimento. “A música é comunicação pura. Quando eu vejo um videoclipe, não consigo apenas ouvir – preciso entender, decupar e dialogar sobre aquilo“, explica a artista, que traz para suas mixes influências que vão do hip hop global às raízes sonoras da diáspora negra. Seus sets são conhecidos por misturar batidas pulsantes com camadas de crítica social e celebração da cultura preta.
Com presença garantida em grandes festivais como Afropunk, Nômade, Queremos, Numanice, Tardezinha e Resenha do Mumu, além de ser a queridinha de marcas como Coca-Cola, Dove, Melissa, Budweiser e Adidas, Tamy não só ocupa espaços como os redefine.
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