Dia de Iemanjá do Arpoador: terceira edição do evento no Rio tem programação gratuita

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Após reunir mais de 25 mil pessoas na sua segunda edição em 2024, o Dia de Iemanjá do Arpoador receberá o público carioca e as suas oferendas no próximo domingo (02), das 8h às 22h, no Arpoador, zona sul do Rio de Janeiro. Na programação gartuita já estão confirmadas atrações como o Afoxé Filhos de Gandhi, Samba de Caboclo, Nina Rosa, Ogan Bangbala, Jongo do Vale do Café, Tião Casemiro, Ogan Kotoquinho, Pai Dário, Samba Jongo, Mingo Silva, Companhia de Aruanda, Orin Dudu, Ilê Axé Onixêgun e Marcos André, o idealizador da celebração, além da Feira Crespa.

A celebração ao orixá mais amado do Brasil virá com novidades neste 2025. Na véspera, no sábado (01), a partir das 18h, haverá a Lavagem do Arpoador, com a presença do Afoxé Filhos de Gandhi, pioneiros na entrega de presente a Iemanjá na cidade, seguido do Bloco afro tradicional de Madureira, Lemi Ayó. 

Festa de Iemanjá no Arpoador em 2024 /Foto: André Gomes de Melo – Notícia Preta

Outra ação inédita, que tem tudo para cair nas graças do público, é que a tradição religiosa vai se unir à tradição local. Os surfistas que há muitos anos frequentam a praia aceitaram o convite para entrar no mar com oferendas, às 17h. Ao mesmo tempo, 150 filhos umbandistas de 09 terreiros e de umbanda da região metropolitana do Rio vão abrir as giras nas areias do Arpoador, dando passes em quem estiver presente e quiser receber o axé. 

“A festa para Iemanjá carioca era uma tradição antiga inventada pelos terreiros nas areias da Zona Sul, liderada pelo célebre pai de santo e sambista Tatá Tancredo em 31 de dezembro, dia de Iemanjá na umbanda. Poucos sabem que essa foi a origem do grandioso Réveillon de Copacabana – que acabou se tornando a maior festa de rua do mundo, com seus costumes, tais como se vestir de branco, jogar flores no mar e pular as sete ondas na virada”, rebobina Marcos André, músico e idealizador do evento e um dos líderes de comunidades de Quilombos do Vale do Café.

Com o tempo e a adesão de um número cada vez maior de pessoas escolhendo ver a meia noite chegar nas areias, vieram os mega espetáculos de fogos e shows, que expulsaram os terreiros da virada nas praias.

“Essa celebração dá visibilidade e enaltece a enorme contribuição do negro na formação da cultura carioca e revela a história de Tatá Tancredo, devolvendo essa vivência popular riquíssima no coração da Zona Sul para o povo de santo e para os cariocas e turistas”, diz Marcos, que mobilizou para a festa cerca de 300 mestres, entre líderes religiosos, artistas e filhos de santo, integrantes da rede de comunidades tradicionais que ele coordena em Madureira e em quilombos e comunidades tradicionais do interior do Estado do Rio. 

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