“Insegurança alimentar é maior em crianças pretas”, aponta levantamento

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De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria, com base nos dados do Ministério da Saúde, entre 2012 e 2022 o número de desnutrição infantil aumentou no país.

Em média, 11 crianças desnutridas, menores de 5 anos, são internadas por dia no país. Nos últimos anos, o número de internação por desnutrição de crianças dessa faixa etária oscilou, mas em 2022 voltou aumentar, chegando ao níveis similares de 10 anos atrás.

De acordo com o estudo, 19 estados e o Distrito Federal registraram aumento de internações. A maior parte do casos está concentrada na região nordeste, chegando  a quase 36% do índice geral. Somente no estado da Bahia , o total de internações infantis ultrapassou o número das região Centro-oeste, Norte e Sul.

Estudo mostra que crianças preta são as mais afetadas pela desnutrição. Foto: Agência Brasil

Um levantamento feito em 2019 pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), mostra que a insegurança alimentar no Brasil, independentemente do grau, é maior em crianças pretas, comparado a crianças branças.

Além disso, outro estudo feito em 2020, pela  Rede Nacional de Pesquisadores em Soberania e Segurança Alimentar no Brasil, aponta que 66,1% das famílias em insegurança alimentar eram chefiadas por uma pessoa negra. A pesquisa foi realizada por meio do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que o tratamento de uma criança desnutrida é feito em três etapas: estabilização, principalmente nos casos de internação hospitalar; reabilitação, quando a criança volta a comer alimentos variados; acompanhamento de médio e longo prazo, com acesso à alimentação na quantidade e na qualidade corretas. Porém, esse último item nem sempre é simples, varia de acordo com o cenário socioeconômico de cada país.

“É preciso entender que isto [desnutrição] é um problema de saúde pública, é um problema que interferirá na sociedade do futuro se nós permitirmos que a criança continue desnutrida. Nós temos que estimular o aleitamento materno. Nós sabemos que o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida e complementar com alimentos que vão ser introduzidos gradativamente até o segundo ano de vida, mas mantendo o aleitamento materno é uma grande ação de prevenção à desnutrição”, explica Clóvis Francisco Constantino, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, em entrevista concedida  ao portal G1.

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Marina Lopes

Marina Lopes

Marina Lopes é jornalista e escritora juiz-forana, apaixonada pela palavra e por contar histórias através dela.

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