O advogado de um dos torcedores punidos pelo Valencia por insultos racistas contra Vini Junior durante o jogo no Estádio Mestalla, na Espanha, disse que seu cliente só estava “coçando as axilas”. Durante a partida que aconteceu em maio deste ano, o jogador do Real Madrid foi alvo de uma série de xingamentos e atos racistas dos torcedores do time adversário, com gritos de “macacos” e imitações do animal.
Em entrevista à rádio “Valencia Capital Radio” o advogado disse que seu cliente não merecia a punição aplicada. “Acusam o meu cliente de delito de ódio por coçar as axilas. Estou indignado com o Valencia porque estragaram a vida de um garoto de 18 anos. Meu cliente tem uma doença degenerativa e vai ao estádio curtir. A situação é muito grave porque o proibiram de entrar para sempre”, disse.
Na época, em um comunicado, o time espanhol Valencia afirmou que os responsáveis identificados estavam banidos do clube por “toda a vida”, incluindo a proibição do acesso ao estádio Mestalla. Mas uma comissão do governo espanhol criada com a finalidade de punir os responsáveis pelos ataques racistas, também determinou outras punições.
Além de banidos dos estádios por um ano, a comissão também determinou que os três torcedores identificados paguem uma multa de 5 mil euros.
Dois acusados foram ouvidos pela Justiça de Valência nesta segunda-feira (19). Nos depoimentos, eles só responderam às perguntas de seus advogados e contaram suas versões do caso.
O advogado do terceiro jovem, que não compareceu à Justiça nesta segunda, Manuel Izquierdo, disse que o depoimento de seu cliente foi adiado para julho por motivos pessoais e afirmou que nenhum deles cometeram nenhum tipo de ato racista.
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“Foi um problema pontual. São três garotos que não pertencem a nenhuma torcida organizada, não são dos Yomus [torcida radical do Valencia], que não têm tatuagens. São pessoas totalmente normais”, afirmou.
Os ataques feitos contra o brasileiro nesse jogo, durante o Campeonato Espanhol, revoltaram o mundo todo, mas não foi o único episódio cometido contra Vini Jr. Com esse, o jogador brasileiro foi alvo de dez ataques racistas, denunciadas a LaLiga desde 2021.
Defesa de outro acusado
Além desse advogado, a representante de outro acusado pelos ataques racistas contra Vini Jr. no mesmo jogo contra o Valencia, confirmou que seu cliente fez os gestos direcionados ao brasileiro, mas negou que ele tenha cometido racismo.
”Os gestos que esses torcedores podem ter feito não têm intenção de violência racista ou ódio contra esse jogador ou qualquer jogador negro”, disse a advogada.
Segundo Juana Blázquez, que saiu em defesa dos torcedores, eles agiraram depois de terem sido provocados pelo atacante. “Tudo aconteceu no contexto de uma partida de futebol em que é evidente que o jogador provoca o estádio e os torcedores”, declarou Blázquez.
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