Fonte: Reuters
A decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de reverter o direito constitucional ao aborto deve ter um impacto desproporcional em mulheres negras e outras mulheres de cor, que tradicionalmente enfrentam custos esmagadores e outros obstáculos logísticos para obter atendimento de saúde reprodutiva, afirmam especialistas.
A reversão da decisão Roe vs. Wade permite que governos estaduais decidam se a prática do aborto é ou não legal. Embora alguns Estados tenham recentemente reafirmado o direito ao aborto, 26 Estados provavelmente ou certamente irão proibir o procedimento em qualquer circunstância.
Mais mulheres negras vivem em Estados que irão proibir o abordo, e aquelas que vivem em Estados do sul –que são os que têm as leis mais restritivas– terão de suportar esse peso.
Cidadãos de origem afro-americana compõem, por exemplo, 38% da população do Mississippi, de acordo com dados recentes do censo, em comparação com cerca de 13% da população geral dos Estados Unidos.
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As mulheres negras nos Estados Unidos têm quase quatro vezes mais probabilidade de realizar um aborto que as mulheres brancas, enquanto as mulheres latinas têm o dobro de chances, de acordo com dados de 2019 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).
Especialistas em Saúde atribuem as taxas relativamente altas de aborto em mulheres negras às disparidades no acesso a serviços de saúde, inclusive pela falta de planos de saúde e de métodos contraceptivos em comunidades menos favorecidas.
No Mississippi, as mulheres negras representaram 74% dos abortos em 2019, de acordo com a Fundação Kaiser Family.
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