Das 10 crises de deslocamento mais negligenciadas do mundo, 9 ficam na África

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De acordo com o relatório anual elaborado pelo Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), o continente africano concentra 9 das 10 crises de deslocamento mais negligenciadas do mundo, em 2023. O topo do ranking é do conflito em Burkina Faso, país localizado na África Ocidental, pelo segundo ano consecutivo.

A organização humanitária aponta que o relatório tem o objetivo de dar destaque para as pessoas “cujo sofrimento raramente chega às manchetes internacionais, que recebem pouca ou nenhuma assistência e que nunca se tornam o centro das atenções dos esforços diplomáticos internacionais“. Também estão na lista: Sudão, Mali, Níger, Chade, Sudão do Sul, Camarões, República Democrática do Congo, República Centro-Africana e Honduras.

Mulheres em fila para receber cartões de beneficiários para comprar alimentos em Kongoussi, Burkina Faso /Foto: Cheick Omar Bandaogo – Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU

O conflito no Sudão começou em 2023, e desde então mais de 10 milhões de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas, para tentar se proteger. Em Burkina Faso, cerca de 2 milhões de pessoas desalojadas no país, de acordo com a NRC, que critica a falta de atenção e ajuda para essas populações.

A negligência tornou-se tão arraigada e normalizada que a realidade desta lacuna já não provoca choque. Em muitos dos países desta lista, a disparidade traduz-se em pessoas que não têm o suficiente para comer, famílias que fogem repetidamente em busca de segurança e recursos, crianças que não conseguem ter acesso à educação e indivíduos que perdem os seus meios de obter rendimentos“.  

Honduras é o único país fora da África que consta na lista, em sexto lugar no ranking. Para o desenvolvimento da lista, foram analisados 39 países em crise. Segue o ranking:

  • Burkina Faso
  • Camarões
  • República Democrática do Congo
  • Mali
  • Níger
  • Honduras
  • Sudão do Sul
  • República Centro-Africana
  • Chade
  • Sudão

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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