No último domingo (3), o participante do Big Brother Brasil, Davi, chamou a modelo Yasmin Brunet de “jogadora inútil” durante a formação do Paredão do BBB 24. Luiza Brunet, mãe da carioca, republicou em seu perfil no Instagram uma postagem analisando o comportamento do brother com sua filha como “injúria”. O Notícia Preta conversou com o Advogado Guilherme Figueredo para entender sobre a suposta acusação.
“Na verdade, a única coisa que ela tá fazendo é procurar estabelecer seu lugar de privilégio. As pessoas ameaçam demais, mas os crimes contra honra, em geral, não geram prisão. A grande maioria deles termina com acordo para que o ‘ofensor’ faça uma retratação. O crime de injúria está previsto no artigo 140 do Código Penal, e ocorre quando uma pessoa profere a outra um xingamento, contendo algo desonroso ou ofensivo, atingindo a sua dignidade, honra e moral“, explica ele.
Na publicação em seu Instagram, Luiza escreveu: “Estamos atentos. E em rede nacional”. Mais tarde, a mãe de Yasmin voltou a falar sobre o assunto ao publicar o que caracteriza como injúria.
Figueredo analisa a justificativa do participante e explica que, no caso, Davi não a chamou de inútil no intuito de humilhar, mas sim garantindo a sua liberdade de expressão, emitindo uma opinião condizente com sua percepção numa disputa de reality show.
“Agora, a coisa muda de figura quando outros participantes vão além de chamá-lo de chato, ou inconveniente (isso é a opinião deles, tudo bem). Quando dizem que ele é mau caráter, quando difamam ele pelas costas levantando suspeitas sobre a índole, boa fama dele, atribuindo a um fato especificamente negativo, aí a gente vê caso de difamação”, completa.
Yasmin venceu a Prova Bate-Volta e escapou do paredão formado no último domingo, (03). Ela foi indicada por Davi, que atendeu o Big Fone mais cedo e tinha um poder de “contragolpe”, após o fim da disputa.
Para o advogado, essa prática é reiterada na sociedade, muito triste e existe uma estigmatização de corpos pretos a partir da violência institucional e econômica, como nesse caso. Mostra que o racismo é estrutural porque pessoas o estruturam, basta ter seus anseios e privilégios negados ou confrontados por corpos subalternizados.
“No geral, a Sra. Luiza Brunet só quer reforçar seus privilégios, atribuindo conduta criminosa a uma pessoa preta por ser um simples oponente numa disputa milionária“, completa ele.
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