Em um novo estudo, publicado na última quinta-feira (2), pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, constataram que crianças negras são mais vistas incorretamente como “bravas” ou “raivosas” no ambiente escolar do que crianças brancas.
O estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas que afirmam que os indivíduos são racialmente tendenciosos ao julgar as emoções de outros. Segundo elas, pessoas negras e brancas recebem diferentes julgamentos ao se expressarem.
Amy G. Halberstadt, Alison N. Cooke, Dejah Oertwig, Pamela W. Garner, Sherick A. Hughes e Shevaun D. Neupert são os responsáveis pelo estudo. Os autores cunharam o termo “viés racializado da raiva”. Para o teste, a equipe reuniu 178 futuros professores. Essa amostra era predominantemente feminina (89%) e branca (70%).
Os futuros professores assistiram a 72 vídeos de crianças atuando com emoções diferentes, divididas igualmente pelos recortes de raça (preto, branco) e gênero (feminino, masculino). Cada vídeo foi examinado para garantir que havia apenas a expressão emocional solicitada e para que nenhuma expressão de raiva estivesse incluída a outras expressões feitas.
Um questionário também foi aplicado aos futuros professores, com o objetivo de avaliar os preconceitos raciais explícitos e implícitos de cada participante.
Resultados
O resultado do teste dos vídeos mostrou que a probabilidade de uma criança negra ter sua expressão mal interpretada é 1,36 vez maior do que uma criança branca. O que significa que no teste os professores foram mais propensos a ver incorretamente uma criança negra com raiva quando a criança não estava realmente fazendo uma expressão facial com o sentimento.
Também foi confirmado que se o professor tiver níveis mais altos de preconceito racial, é mais provável que ele julgue crianças brancas de uma forma “melhor” do que crianças negras.
O estudo também revela que as meninas negras são mais julgadas incorretamente do que os meninos negros. Enquanto os professores têm 1,74 vez mais chance de acharem que elas estão bravas (mesmo que não estejam), entre os garotos esse índice é de 1,16.
Os resultados evidenciam o racismo na vida de pessoas negras desde a infância, e o quanto ele é prejudicial no processo de ensino-aprendizagem e de sociabilidade. Além disso, mostra a falta de educação efetiva das relações étnico-raciais na formação de professores.
Oi, muito interessante essa pesquisa. Sabe onde posso conseguir? Tenho interesse de colocar no meu TCC.
Oi, Zaira. bom dia. Segue o link da pesquisa original, realizada na Carolina do Norte, EUA.
Abraços;
https://psycnet.apa.org/record/2020-45460-001