Em 2022, 73,4% dos menores de idades em Pernambuco viviam em situação de pobreza. É o que revela o relatório “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”, uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgada nesta semana.
Mesmo o dado sendo preocupantes, o estudo mostra que houve uma pequena melhora nesse quadro. Em 2019, a situação de pobreza atingia 77% das crianças no estado.
No Brasil, no mesmo período, o percentual de menores de idade em situação de pobreza, em suas múltiplas dimensões, caiu de 62,9% para 60,3%.
No período estudado, há um destaque relevante: o aumento das privações a que crianças e adolescentes estão expostos, como a educação, principalmente no que se refere ao analfabetismo. A proporção de crianças de 7 anos de idade que não sabem ler e escrever saltou de 20% para 40% entre 2019 e 2022 no Brasil.
“Entre os resultados, o que traz o maior alerta é o tema da educação. Entre 2019 e 2022, o percentual de crianças de 7 e 8 anos que não sabiam ler nem escrever dobrou, passando de 20% para 40% em crianças de 7 anos. E para as crianças de 8 anos, de 8% para 20%. este aumento foi mais acentuado entre crianças negras em comparação com crianças brancas, o que é um fator preocupante porque isso significa ampliação das desigualdades raciais”, alerta Santiago Varella, especialista em Políticas Sociais do Unicef no Brasil.
O estudo aponta que as regiões Norte e Nordeste possuem os maiores índices de meninas e meninos privados de um ou mais direitos.
Com relação a cor e raça, a desigualdade ainda é grande, mas se reduziu um pouco nos últimos anos. A diferença no acesso a direitos entre crianças e adolescentes brancos e negros era de cerca de 22% em 2019 e caiu para cerca de 20% em 2022.