Coronavírus: estudantes de escolas públicas em Belo Horizonte terão direito a cestas básicas

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Cadastro só poderá ser feito pela internet

Segundo a PBH, ao todo, mais de R$ 20 milhões serão investidos em cestas básicas – Foto: Divulgação Internet

Por Gabriel Ferreira

A partir desta terça-feira (31), estudantes da rede pública de Belo Horizonte, incluindo as creches parceiras, terão direito a receber uma cesta básica por família. A distribuição ocorrerá em unidades das redes de supermercados Epa e BH, em variados dias e horários.

Para a retirada dos alimentos, os responsáveis legais dos estudantes deverão acessar a plataforma PBH, que está disponível na internet desde segunda-feira (30), para realizar um cadastro e consultar informações, como endereço da unidade, dia e horário. Na plataforma, os atendidos terão que informar o CPF do responsável e a data de nascimento do filho mais novo, caso a pessoa tenha mais de um filho matriculado na rede pública de ensino.

Em nota, a prefeitura de Belo Horizonte afirmou que “garantirá o acesso mensal a cada uma delas (famílias) enquanto as aulas permanecerem suspensas”, devido ao avanço do coronavírus no Brasil.

Acesso à internet é desigual

O acesso à internet, porém, pode ser um problema para algumas famílias, principalmente a população negras. Em Belo Horizonte, por exemplo, em parceria com o Governo Federal, a prefeitura do município tem instalado alguns pontos gratuitos de internet pela cidade. Eles, porém, podem estar reforçando a desigualdade, visto que a maioria dos pontos está localizado nos bairros considerados ricos da cidade, baseado em dados do último Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010.

Um desses bairros é o Mangabeiras, que fica localizado na Zona Sul Belorizontina e conta, atualmente, com 4 pontos de internet. Em contrapartida, o bairro Distrito Industrial do Jatobá, no Barreiro, apontado como um local de baixa renda e com a maioria da população negra, tem apenas 1 ponto.

Ainda segundo o IBGE, em 2014, por meio da pesquisa Acesso à Internet e à Televisão e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal, o Instituto revelou que, da população com mais de 10 anos que havia acessado a internet nos últimos três meses antes da realização do trabalho, 61,5% eram brancos; entre os negros e negras, o percentual era de 39,5%.

Outro dado vem do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que realizou a pesquisa “As tecnologias e seus usos”, divulgada em 2019. A análise demonstrou que, enquanto mais de 90% das pessoas nas classes A e B são usuárias de internet, nas classes D e E (classes predominantes nas escolas públicas do Brasil), apenas 42% estão conectados.

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