Conflito no Haiti já gerou deslocamento interno de 17 mil pessoas, indica relatório

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Um relatório mostra que 17 mil pessoas fugiram de Porto Príncipe, capital do Haiti, para outra região, entre os dias 8 e 14 de março. Essas se juntam a outras 116 mil pessoas que já haviam se deslocado em dezembro de 2023. Os dados são da Organização Internacional de Migrações (OIM), agência das Nações Unidas (ONU).

O relatório também mostra que houve aumento de ataques por armas de fogo desde 29 de fevereiro, dia que houve ataque ao Banco Central. Desde então, as gangues do país estão atacando várias instituições. No início de março houve um ataque a presídios e a fuga de 5 mil prisioneiros, o que tornou as ruas da capital ainda mais violentas.

As famílias que fogem da guerra se dirigem para a região do Grande Sul, que tem as sub-regiões Grande’Anse, Sul, Nippes e Sudeste. “Os ataques e a insegurança generalizada fazem com que cada vez mais pessoas a abandonem a capital em busca de refúgio nas províncias, assumindo o risco de passar por rotas controladas por gangues”, diz trecho do relatório.

Militares brasileiros em missão no Haiti – Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil.

O atual presidente Ariel Henry, anunciou no dia 11 de março que irá renunciar quando for criado um conselho presidencial com lideres de diversos partidos, para transição eleitoral. Parte da oposição enxerga Ariel Henry como culpado pela desordem no país.

O partido de esquerda “Rasin Kan Pep La”, quer uma transição de ruptura e defende uma solução sem intervenção de países estrangeiros. Em comunicado enviado a imprensa do Haiti, eles afirmam:

“O governo estadunidense confiou a liderança do país aos bandidos legais do PHTK (Partido Cabeças Raspadas de Ariel Henry) por cerca de 15 anos. Agora eles tentam seguir o mesmo caminho, entregando o poder a líderes de gangues e traficantes de drogas”, diz parte do comunicado.

A Assembleia dos Povos do Caribe (APC) também se manifestou contra o envio de tropas estrangeiras ou qualquer ajuda multinacional da ONU no Haiti. Além disso, afirma que os ataques afetam as pessoas pobres e não as mais ricas. “Os ricos e setores mais privilegiados da classe média não são alvos das gangues armadas“, disseram.

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