“Comecei a empreender pela necessidade de trabalhar”, diz costureiro sobre falta de oportunidade no mercado

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Durante a Expo Favela no Rio de Janeiro, que aconteceu no último final de semana, o Notícia Preta conversou com o costureiro e figurinista, Wendel Tavares. O jovem morador de Padre Miguel, Zona Oeste do Rio, começou a empreender devido a falta de oportunidade no mercado de trabalho, e explicou os desafios que enfrenta como um microempreendedor.

“Comecei a empreender pela necessidade de trabalhar e como não tinha oportunidade no mercado de trabalho. Tenho muitos cursos de qualificações, não posso nem dizer que eu optei, acabei sendo levado a vender por conta própria”, conta ele, que aprendeu a costurar com 12 anos, e hoje toca seu próprio negócio de durags, que são um acessório comum na comunidade negra, para proteger os fios e montar o look.

Costureiro e figurinista, Wendel Tavares, com uma de suas durags /Foto: Reprodução Redes Sociais

Com a falta de oportunidade, ele viu nas roupas um meio de ganhar um dinheiro para ajudar dentro de casa, mas também teve desafios. “Além do preconceito por eu um homem preto e gay, é a certeza se vai ter venda, se vai haver gente pra consumir o meu produto porque além de produzir as roupas, eu ainda tenho que divulgar, captar público e atender”, desabafa Wendel.

Conforme revelam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 13,2 milhões de pessoas trabalhavam como microempreendedores individuais (MEIs) no Brasil em 2021, o equivalente a 69,7% do total de empresas e outras organizações. Wendel apontou que conhece muitas pessoas nessa situação.

“São pessoas que tiveram que criar um meio de fazer uma renda de forma independente por falta de oportunidade no mercado de trabalho”, relata o carioca.

Costureiro e figurinista, Wendel Tavares, com uma de suas durags na Parada Gay no Rio /Foto: Reprodução Redes SociaiS

Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado do Rio de Janeiro é o segundo com maior quantidade de MEI no Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo. São quase 1,7 milhão de microempreendedores individuais, que representam 11,2% do total do país.

Wendel trabalha de forma independente, ele pontua alguns desafios que enfrenta devido a falta de apoio financeiro.

Acabo me sobrecarregando. A empresa só depende de mim, mas que tem que ser dividida em vários setores, preciso criar as roupas, divulgar, entregar e comprar materia. É preciso ter tempo pra poder fazer isso tudo, acho que é a maior dificuldade junto com a falta de orçamento”, declara ele.

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