Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) aponta que caso a taxação de 50% dos produtos brasileiros entre em vigor, pode acarretar em uma grande perda de postos de trabalho no Brasil. O relatório projeta que a medida pode eliminar mais de 1,3 milhão de empregos visto que haveria uma retração da produtividade da indústria.
Outro cenário analisado no estudo é a possível aplicação da lei de reciprocidade econômica por parte do governo Lula. O relatório diz que caso a retaliação brasileira se torne concreta, 1,9 milhão de empregos seriam afetados no longo prazo. A entidade ainda alerta sobre uma possível redução da massa salarial do país e aponta uma queda de R$7,21 bilhões na arrecadação de impostos.

“O agravamento da crise comercial entre Brasil e EUA representa um risco grave à estabilidade econômica e ao desenvolvimento industrial”, diz a Fiemg em nota.
Reações do governo ao tarifaço
O tarifaço, anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil entrará em vigor no próximo dia 1° de agosto. Com isso, o governo brasileiro estuda diversas medidas para reverter a imposição tarifária, após receber a carta que anunciava a sanção.
O presidente Lula chegou a anunciar que usaria a lei da reciprocidade tarifária que foi sancionada alguns dias depois, no entanto, após uma série reuniões do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), com ministros, líderes do agronegócio e de outros setores da indústria, a medida foi definida como última instância.
O governo Lula trabalha com a meta de apresentar uma ação concreta contra a guerra tarifária até o dia 31 de julho e não cogita pedir prorrogação do prazo. O principal discurso da cúpula acompanha a postura adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca defender a soberania nacional. Entre as ações já executadas, está uma devolutiva em carta enviada pelo Palácio do Planalto à Casa Branca, cobrando respostas, porém, o presidente americano não reagiu ao documento.
“A imposição das tarifas terá um impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e aprofundada entre nossos países”, diz trecho da carta enviada ao presidente Trump.
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