Pesquisa divulgada nesta terça-feira (02) pela Universidade de Stellenbosch mostra a descoberta de duas novas espécies de cogumelo alucinógenos foram encontradas na África, a mesma universidade tinha descoberto em 2021 que há 8 mil anos os ancestrais já utilizavam os cogumelos para tratamentos espirituais. As espécies Psilocybe ingeli e Psilocybe maluti foram encontradas em Lesoto, África do Sul.
Em 2021, o Psilocybe maluti foi descoberto pela primeira vez em uma pequena propriedade no Estado Livre por Daniella Mulder. Ela enviou fotos dos cogumelos para identificação a Andrew Killian, um renomado micologista da cidade de Somerset West.
A única evidência do uso de psilocibina pelos povos africanos era derivada de murais com mais de 8 mil anos descobertos nas cavernas de Tassili, no deserto do Saara. Estes murais foram temporariamente interpretados como representações de cogumelos Psilocybe.
No relatório, os pesquisadores divulgaram detalhes sobre o uso tradicional do Psilocybe maluti por curandeiros tradicionais Basotho de Lesoto, que parece ser o “único relato registrado em primeira mão de cogumelos alucinógenos sendo utilizados tradicionalmente na África”.
A bebida é feita coletando grandes quantidades de P. maluti e mergulhando os cogumelos em água morna, juntamente com Boophone disticha (L.f.) Herb., uma planta alucinógena forte, conhecida localmente como seipone ou leshoma.
Durante os rituais, o paciente consome a bebida alucinógena e é então posicionado diante de uma superfície reflexiva. As alucinações que o paciente vê no reflexo são interpretadas pelos curandeiros como respostas às questões espirituais do paciente.
“Este parece ser o único relato registrado em primeira mão da utilização tradicional de cogumelos alucinógenos na África e a primeira menção da utilização de cogumelos alucinógenos na África Subsaariana. O conhecimento compartilhado e discutido neste estudo foi transmitido de geração em geração, de boca em boca”.
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