A Coalizão Negra por Direitos encaminhou para a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do estado de São Paulo uma queixa-crime contra o ex-ministro da Saúde e tenente coronel do Exército Brasileiro Eduardo Pazuello devido episódio de racismo realizado por ele em 2005 quando ordenou ao Soldado Carlos Vítor de Souza Chagas a carregar uma carroça no lugar do cavalo.
Em pedido oficial divulgado na sexta-feira (04/06) a Coalizão Negra solicita abertura de inquérito, pois, toda conjuntura apresentada pela matéria do Jornal Estado de São Paulo do episódio é configurado como crime de racismo, o qual é inafiançável e imprescritível, conforme prevê o art. 5º, XLII, CF pela Lei 7.716/89. Na época, o Soldado Carlos Vítor, vítima do crime, tinha 19 anos e foi determinado por seu superior Eduardo Pazuello a puxar o veículo utilizado com animais, uma carroça, na frente de todo quartel em decorrência de maus tratos ao cavalo.
No documento oficial diz que ” Ao “punir” o soldado Carlos Chagas fisicamente colocando-o na posição ocupada por um animal, o ex-Ministro Eduardo Pazuello bestializa e humilha publicamente um homem negro, incitando este estereótipo escravagista de tortura física impingida às pessoas negras como se fossem equiparadas a objetos e animais, seres desprovidos de subjetividade e humanidade. A conotação racista fica ainda mais evidente ao passo que o soldado Carlos Chagas nem mesmo era o condutor da carroça, mas sim seu companheiro do exército. Não se trata de caso de mera punição, mas sim de uma ânsia discriminatória e racista”, concluiu.
Entenda o caso
Carlos Vítor estava com outro amigo na carroça levando um objeto em alta velocidade quando foi ordenado a parar o veículo pelo tenente coronel Pazuello. O soldado que não estava no comando da carroça foi obrigado a descer do banco onde estava, ir para o lugar do animal e começar a puxar o veículo. Todo ocorrido aconteceu na frente de todo quartel e as pessoas presentes no momento do episódio, riram