A cesta de produtos típicos de Natal custou em média R$ 453,06 em 2025, considerando dados da segunda quinzena de novembro
Preparar a ceia de Natal continua sendo um desafio para o orçamento das famílias brasileiras. Em 2025, mesmo com uma desaceleração no ritmo de alta dos preços em relação a anos anteriores, o custo dos itens tradicionais da mesa natalina segue elevado e pressiona principalmente quem depende de rendas mais baixas para manter a celebração.
De acordo com levantamento do IPC-Fipe, que monitora os preços ao consumidor, a cesta de produtos típicos de Natal custou em média R$ 453,06 em 2025, considerando dados da segunda quinzena de novembro. O valor representa uma alta de 4,53% em relação a 2024, indicando que, apesar de mais moderada, a inflação ainda impacta diretamente os alimentos consumidos no fim do ano.

Entre os itens que mais puxaram o aumento estão as proteínas e produtos industrializados tradicionais da data. Segundo a Fipe, o quilo do peru registrou alta de cerca de 13,6%, enquanto as azeitonas subiram mais de 12% e as caixas de bombom tiveram aumento superior a 10%. Esses produtos costumam aparecer em grande parte das ceias brasileiras e, juntos, representam uma parcela significativa do gasto total.
Pesquisas realizadas por Procons em diferentes capitais também mostram que o custo da ceia varia bastante conforme a região e o local de compra. Em levantamentos de preços feitos em supermercados, foram encontradas diferenças que chegam a mais de 200% para um mesmo item, como panetones, frutas secas e carnes, dependendo da marca e do estabelecimento. Isso significa que a mesma ceia pode custar muito mais em determinados bairros ou cidades.
Quando o recorte é o gasto total, estimativas baseadas em pesquisas de preços indicam que uma ceia mais simples, para cerca de 8 a 10 pessoas, pode custar entre R$ 300 e R$ 450, com substituições de carnes e menos itens industrializados. Já uma ceia considerada tradicional, com peru ou chester, acompanhamentos variados, sobremesas e bebidas, pode facilmente ultrapassar os R$ 750.
Outro fator que pesa no bolso do consumidor são os ingredientes típicos de fim de ano, como castanhas e frutas secas. Levantamentos apontam que a castanha-do-Pará chegou a registrar aumentos próximos de 66% em relação ao ano anterior, enquanto damascos, nozes e uvas-passas também tiveram altas expressivas em diferentes regiões do país.
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Para muitas famílias, o planejamento da ceia está diretamente ligado ao 13º salário, tradicionalmente usado para cobrir despesas extras do período. Ainda assim, especialistas em economia doméstica apontam que a combinação de inflação dos alimentos, custos de transporte e sazonalidade faz com que o Natal siga sendo um dos momentos de maior impacto no orçamento familiar.










