CCBB apresenta Léa Garcia 90 anos

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A primeira retrospectiva dedicada ao trabalho da atriz carioca Léa Garcia (1933-2023)  celebra a obra de uma das figuras mais icônicas do cinema brasileiro e sua importância histórica. Léa Garcia – 90 anos apresenta 15 longas e um curta-metragem, protagonizados por Léa, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, de 9 de outubro a 4 de novembro de 2024, com entrada franca. A programação faz parte das comemorações pelos 35 anos do CCBB Rio.

Os curadores, Ewerton Belico e Leonardo Amaral selecionaram títulos marcantes da carreira de Léa, que destacam seu pioneirismo como protagonista negra no cinema brasileiro. Eles serão exibidos, na maior parte, em cópias em 35mm, oferecendo ao público uma oportunidade rara de assistir aos filmes em seu formato original. A mostra inédita é uma homenagem à atriz, falecida ano passado, justamente durante o Festival de Cinema de Gramado, onde ela receberia o Prêmio Oscarito, a maior honraria do Festival.

Foi em Gramado também que Léa ganhou outros dois prêmios importantes de sua carreira – o Kikito de Melhor Atriz e o Prêmio do Júri Popular, em 2004, por Filhas do Vento, de Joel Zito Araújo, que será exibido na mostra. O filme de estreia de Léa no cinema, Orfeu Negro, Marcel Camus, outro destaque da mostra, lhe rendeu a indicação ao prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, de 1959. Orfeu Negro ganhou a Palma de Ouro no Festival e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, pela França.

 Léa Garcia – 90 anos apresenta 15 longas e um curta-metragem, protagonizados por Léa, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro – Foto: reprodução.

Entre os destaques da programação estão também O Forte (1974), de Olney São Paulo, que abre a mostra no dia 9/10, às 18h, com apresentação do curador Ewerton Belico. O filme será exibido em uma cópia nova, digitalizada, feita pela produção da mostra.

“A mostra cobre um amplo arco temporal da carreira de Léa, desde seu filme de estreia, Orfeu Negro (1959) até seu último longa, O Pai da Rita(2022), de Joel Zito Araújo, seu parceiro criativo mais fecundo, passando por obras importantes de diversas décadas, como Ganga Zumba(1963), de Carlos Diegues, e Compasso de Espera (1969-1973), de Antunes Filho. 

Léa Garcia é uma das principais atrizes negras do país, com uma atuação importantíssima no teatro – ela participou do Teatro Experimental do Negro, iniciativa pioneira e uma das mais relevantes já realizadas no teatro afro-brasileiro – , no cinema e na televisão e de notório engajamento político a partir das personagens às quais deu corpo e voz”, comentam os curadores Ewerton Belico e Leonardo Amaral.

A mostra promove uma série de sessões comentadas ao longo das suas quatro semanas. No dia 12 de outubro (sábado), o professor e cineasta Juliano Gomes conversa com o público após a exibição de O Pai da Rita, às 14h30.  Na quarta-feira, 30 de outubro, será a vez da cineasta e pesquisadora Milena Manfredini comentar a sessão do filme A Deusa Negra, às 18h. E, o pesquisador e programador Hernani Heffner estará presente na sessão de Ganga Zumba, no dia 2 de novembro (sábado), às 16h, para bater um papo com o público.

Léa Garcia – 90 anos tem o patrocínio do Banco do Brasil e banco BV, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A mostra já foi apresentada no CCBB São Paulo (25 de maio a 3 de junho) e, logo depois do Rio de Janeiro, seguirá para o CCBB Brasília (5 de novembro a 1º de dezembro).

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