A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou, na última quinta-feira (23), um ofício para a Conmebol se solidarizando com o Atlético-MG e defende punições duras para os responsáveis pelo caso de racismo ocorrido no jogo do clube mineiro contra o Carabobo, da Venezuela, pela Copa Libertadores.
Ao chegar ao estádio Olímpico UCV, em Caracas, a delegação do Galo foi recebida com gritos de “macaco” proferidos por torcedores do Carabobo. A Conmebol anunciou na própria quarta-feira, dia do jogo, a abertura de uma investigação sobre o caso, e o clube venezuelano divulgou uma nota na qual condena “atos de racismo e xenofobia”.
A CBF acaba de incluir em seu Regulamento Geral de Competições penas mais duras para casos de racismo por parte de torcedores, dirigentes, membros de comissões técnicas e jogadores – há previsão até de perda de pontos.
No ano passado, a CBF chegou a sugerir publicamente que a Conmebol deveria adotar punições esportivas para casos assim. A confederação endureceu as penas, mas limitou a perda de mando de campo, fechamento de partes ou do total do estádio e aumento no valor das multas.
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, lamentou que jogadores brasileiros continuem a ser vítimas de casos assim – como os de Vinícius Júnior na Espanha e agora do Atlético-MG na Venezuela.
Entenda o caso
Em vídeo gravado pelo Atlético (assista acima), torcedores venezuelanos chamam os jogadores e demais integrantes do grupo brasileiro de “macacos”. Ainda no estádio, antes da partida, o diretor de futebol do Galo, Rodrigo Caetano, fez a denúncia ao delegado da partida, Oscar Astudillo.
“O Clube informa que o diretor de futebol Rodrigo Caetano já registrou reclamação junto ao delegado da partida, senhor Oscar Astudillo, e lamenta que essas cenas maculem o maior torneio da América Latina”, postou o Atlético nas redes sociais.
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A Conmebol também se manifestou em nota publicada nas redes sociais. Na publicação, condenou os atos racistas e qualquer tipo de violência e recordou que as penas previstas pelo Código Disciplinar para atos discriminatórios aumentaram em maio do ano passado, pelo Conselho da entidade.
“A CONMEBOL considera TOTALMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência em seus torneios. Em maio de 2022, o Conselho da CONMEBOL modificou o Código Disciplinar, aumentando as penas para atos discriminatórios”, publicou a entidade.
O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, repostou a publicação da entidade no Twitter. Como legenda, ele escreveu “Basta de racismo”.
Processo disciplinar
A situação irá virar procedimento disciplinar e pode gerar multa financeira e desportiva. A Conmebol prevê uma multa mínima de US$ 100 mil (R$ 517 mil), podendo chegar a US$ 400 mil (R$ 2 milhões) em caso de reincidência.
O Código Disciplinar também prevê sanção como o time envolvido atuar com o estádio totalmente ou parcialmente fechado ao seu torcedor.
Há prazos pré-estabelecidos para o clube envolvido – no caso, o Carabobo – apresentar defesas das acusações, bem como a sentença ser proferida.
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