Lotsove Lolo Lavy Ivone, mãe do congolês Moïse Kabagambe, disse que o caderno com as anotações de vendas que o filho fazia para o quiosque em que trabalhava na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro desapareceu depois do assassinato.
A declaração foi dada durante depoimento à Polícia Civil no inquérito que apura a morte do congolês Moïse Kabagambe, espancado no quiosque Tropicália, no dia 24 de janeiro. O relato concedido à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi citado na decisão da 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), expedida nesta terça-feira, 22.
Lotsove também afirmou que Moïse trabalhava em esquema de comissão e que o pagamento normalmente era realizado no fim do dia, o que foi corroborado por testemunhas. No entanto, segundo ela, era comum que o quiosque atrasasse a parte das comissões referente às vendas feitas via cartão de crédito.
Leia também: Caso Moïse: Ministério Público denuncia trio por morte de congolês
A juíza Tula Correa de Melo aceitou a denúncia do Ministério Público por homicídio triplamente qualificado contra três homens que agrediram Moïse e decretou a prisão preventiva de Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz da Silva. Segundo o Ministério Público, no dia 24 de Janeiro, por volta das 21h30 “Moïse foi agredido com crueldade, como se fosse um animal peçonhento. Os denunciados, com vontade livre e consciente de matar, em comunhão de desígnios e ações entre si, agrediram a integridade corporal do congolês”, ressalta o MP.
Moïse foi brutalmente assassinato após ter ido cobrar R$200,00 do empregador referente a dois dias de trabalho. O crime ocorreu no Quiosque Tropicália e o caso se tornou conhecido seis dias após o assassinato do congolês devido pressão de familiares e da sociedade civil.