O Carrefour informou o fim da terceirização dos serviços de segurança nas unidades do grupo. Em um comunicado enviado à imprensa, o grupo declarou que os profissionais contratados para fazer a segurança das unidades serão preparados por empreendedores negros e receberão treinamento sobre práticas antirracista.
A decisão foi tomada após a repercussão do assassinato de João Alberto Silveira Freitas, espancado por dois seguranças em uma unidade do grupo em Porto Alegre.
Segundo um comunicado do Carrefour distribuído à imprensa, a internalização dos serviços segurança será realizada de forma gradual, começando pelos quatro hipermercados no Rio Grande Sul, dentro de um projeto-piloto.
“O novo modelo é o ponto inicial para transformação do seu modelo de segurança e faz parte dos compromissos anunciados pela rede. O processo de recrutamento e o treinamento dos profissionais para as lojas contará com associação que reúne empreendedores negros da região de Porto Alegre. Todo o processo de internalização da segurança terá como foco a implementação de práticas antirracistas e de uma cultura de respeito aos direitos humanos, além de considerar a representatividade da população brasileira (50% de mulheres e 56% de negros) como um compromisso“, diz a nota.
O Grupo Carrefour é investigado pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre e pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre práticas relacionadas à fiscalização de serviços de segurança contratados e também sobre medidas para o enfrentamento de ações racistas e discriminatórias. Na Justiça, o conglomerado também responderá uma ação civil pública que pede indenização de R$ 200 milhões por danos morais coletivos e sociais.
A contratação direta das novas equipes de segurança do Carrefour está em andamento e e admissão dos novos funcionários está prevista para o dia 14 de dezembro.
Fonte: Agência Brasil
