Cantora Jesuton lança o single ‘Rainha (Ọya)’

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“Um pouquinho de fé cê tem que ter. Ilumina o caminho natural. Quero sonhar um sonho com você. Divido com você”, canta Jesuton em ‘Rainha (Ọya)’, afropop que chega às plataformas no dia 11 de julho, abrindo caminho para seu primeiro álbum em português, ‘HOJE’, com lançamento marcado para o dia de 25 de julho.

Com raízes ancestrais e pulsação contemporânea, Jesuton transformou sua travessia pessoal em canto coletivo. “É uma faixa que nasceu de uma necessidade profunda de resistência. De manter aceso o chamado espiritual dentro de mim e de devolver isso ao mundo em forma sonora. Uma carta de amor à força que nos empurra a evoluir, mesmo quando resistimos”, afirma Jesuton.

Foto: Daryan Dornelles

Suas camadas rítmicas, marcadas pela influência do afropop nigeriano e MPB, constroem uma ponte sonora entre continentes e memórias. Não por acaso: nascida em Londres, atualmente vivendo no Rio de Janeiro e filha de mãe jamaicana e pai nigeriano, Jesuton carrega no corpo a herança de muitos mundos — e na voz, a urgência de vivê-los todos.

‘Rainha (Ọya)’ reverencia Ọya, orixá dos ventos, das tempestades e das mudanças, símbolo da força que rompe e renova. “É fácil reclamar da mudança, da dor, da incerteza. Difícil é agradecer a quem movimenta as águas. Mas Ọya é quem gira, quebra, limpa, renova. Forte não por escolha, mas por necessidade, como tantas mulheres pretas nas periferias do mundo”, afirma.

Portanto, esta canção também é para essas mulheres que sustentam famílias, transformam ambientes, conduzem curas. “Para cada mulher negra que carrega nas costas a tarefa da renovação. Que move estruturas, sustenta legados, mesmo sem reconhecimento. Essa faixa diz: a gente te vê, a gente te honra, a gente vibra contigo. Não apenas pelo que você faz, mas por quem você é”, frisa.

Segundo Jesuton, o processo de composição foi quase mediúnico. “Durante a composição e a construção da base, sentia como se estivesse conversando com vozes que não eram só minhas. Buscar Ọya foi, no fundo, buscar minha mãe, minha avó, minha ancestral que não teve palco, mas cuja força ainda ecoa no meu canto. Esta música é para ela. É para todas elas. E é para quem precisa lembrar que está carregando uma tempestade sagrada dentro de si”, comenta.

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O lançamento inclui um registro em um jardim de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, cidade de forte conexão afetiva para Jesuton. “Queríamos capturar a energia viva e vibrante de Ọya, criando um palco real onde a música pudesse respirar e se mover em liberdade. E tinha que ser no Rio, o meu lugar de pertencimento no mundo, o território onde meu autovalor e minha chamada pessoal ganharam força e brilharam”, completa.

E assim, ‘Rainha (Ọya)’ tornar-se um altar sonoro onde Jesuton deixa oferendas de memória, coragem e visão, apontando para a essência do que em breve se revela em ‘HOJE’.

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