Cantora cotada para apresentação na abertura dos Jogos Olímpicos em Paris é alvo de ataques

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Um grupo de franceses realizou um protesto no último domingo (10), contra a participação de Aya Nakamura na abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024. A artista é a cantora de língua francesa mais ouvida do Spotify em 2023. O grupo de extrema direita levou uma faixa a beira do rio Sena, em Paris, com a a frase: “Não tem jeito, Aya, aqui é Paris, não o mercado de Bamako”.

Bamako é a cidade natal da cantora, capital do Mali, país na África Ocidental que foi colonizado pela França. A cantora de 28 anos, se mudou para a França ainda criança, e em 2021, aos 25 anos, obteve a nacionalidade francesa. O grupo protesta contra a possibilidade da artista ser cotada para cantar uma música da cantora Édith Piaf, na abertura das Olimpíadas.

“Não tem jeito, Aya, aqui é Paris, não o mercado de Bamako” – Foto: reprodução redes sociais.

Depois dos ataques, a cantora respondeu o grupo opositor pela sua conta do X (antigo Twitter). “Você pode ser racista, mas não surdo… É isso que te machuca! Estou me tornando sujeito número 1 do estado em debates etc. mas o que eu realmente devo a você?”, respondeu a cantora.

Em outra postagem, a cantora agradeceu ao apoio dos fãs e movimentos organizados que se solidarizaram com ela. “Obrigado pelo apoio, especialmente a minha comunidade. Sinto que representei a Edith Piaf e que ela reencarnou em mim. O resto, gostem ou não de nós, fica por conta deles”, publicou.

A canção “Djadja”, um dos maiores sucessos da artista, está com quase 1 bilhão de reproduções no Spotify. A frase “não tem jeito”, presente no cartaz do grupo que protestou contra a cantora, foi em referência ao refrão da música.

Cantora Aya Nakamura /Foto: Reprodução Redes Sociais

Em entrevista ao jornal Le Parisien, um dos responsáveis pelo comitê olímpico condenou os ataques e disse que ficou chocado com ocorrido. Além disso, o representante prestou solidariedade a cantora. Sobre a participação da estrela na abertura das Olimpíadas ele disse:

“Vamos ouvir muitos nomes, ideias, sonhos, fantasias até a cerimônia de abertura sobre os artistas presentes e as pinturas… Não confirmaremos ou negaremos nenhuma dessas informações que vierem a público. Vai deixar espaço para o dobro de surpresas. Estamos ansiosos para vê-lo em 26 de julho”, disse ele ao jornal francês.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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