Campanha Favelas com Yanomamis é promovida pela CUFA e Frente Nacional Antirracista

Nesta quinta-feira (26), a Central Única das Favelas (CUFA) lançou a Campanha Favelas com Yanomamis. O movimento é promovido junto à  Frente Nacional Antirracista e as duas organizações pretendem construir dois polos de saúde para atender a população Yanomami e outros indígenas que não conseguem ter acesso aos centros hospitalares da capital.

A campanha mobiliza parceiros e a sociedade civil com o objetivo de arrecadar R$3 milhões entre os dias 27 de janeiro e 27 de fevereiro. A previsão de lançamento da pedra fundamental é para o dia 1º de março.

O planejamento ocorreu a partir do cumprimento da agenda de autoridades municipais e estaduais e também da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI). A meta de alcançar esse valor possibilita a construção de dois polos de saúde. Um deles será na região de Surucuru, o outro local ainda será definido.

Além da fome, outro problema enfrentado na região é a falta de acesso à saúde. A copresidente da CUFA, Kaline Lima, explicou que “foi detectado que a saúde indígena está precária há muito tempo. Além disso, as mudanças climáticas e as chuvas intensas impedem uma produção de alimentos autônoma. Isso compromete a nutrição, principalmente de crianças e idosos, pois, pela lógica indígena a prioridade são dos homens que saem para caçar, depois as mães que cuidam das crianças e das aldeias, e somente depois as crianças”.

Preto Zezé, também copresidente da CUFA acrescenta que “a questão da fome é algo que agrava todas as situações“.

Leia mais: “É uma operação de guerra”, afirma Secretário de Saúde Indígena sobre povo Yanomami

O fundador da CUFA e CEO da Favela Holding, Celso Athayde, reforça a importância da rede de parceiros. “A CUFA já trabalhava em Roraima, já fazemos ações na região há 10 anos. E temos por prática apoiar as CUFAs nos seus respectivos estados, cidades e favelas onde existe uma demanda muito grande e onde não têm braços suficientes para poder atender”, afirma.

“Não viemos aqui para sermos heróis. Mas vamos ativar e fortalecer mais ainda a nossa rede local e descobrimos este grande problema de saúde que pretendemos ajudar a solucionar, junto das autoridades competentes”, finaliza Athayde.