Imagens gravadas por uma câmera corporal de um policial militar mostram o momento em que um suspeito, já rendido, é executado durante uma ação da Polícia Militar (PM) na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, segundo apuração do G1. O caso ocorreu na noite de quinta-feira (10) e resultou na prisão de dois policiais por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
O vídeo revela ao menos três PMs entrando em um cômodo onde estavam os suspeitos. Igor Oliveira de Moraes Santos aparece com as mãos erguidas, ajoelhado e encostado na parede. Um dos agentes efetua dois disparos contra ele. Mesmo após cair no chão, Igor é novamente alvejado enquanto tenta se levantar, a mando do policial. Outro agente também dispara.

Após os tiros, os policiais gritam “as COP, as COP”, em referência às câmeras operacionais portáteis usadas nas fardas. As gravações, segundo o coronel Emerson Massera, porta-voz da PM, foram decisivas para as prisões. “O homem já estava rendido… a ação foi ilegal”, afirmou o coronel ao G1, destacando que a corporação reconhece o erro e os policiais serão responsabilizados.
A operação começou quando quatro suspeitos tentaram fugir e invadiram a casa de um morador que não tinha ligação com o crime. Com eles, foram encontradas armas, carregadores, drogas, dinheiro e celulares. Três suspeitos foram presos no local.
O homicídio será investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), com um inquérito de 20 dias, prorrogável por mais 40. A SSP confirmou a prisão em flagrante de dois policiais e o indiciamento de outros dois por prestarem versões divergentes das imagens.
Após a execução de Igor, moradores realizaram um protesto que resultou em tumulto e violência. Foram registradas cenas de pessoas atacando carros, jogando pedras e tombando veículos. Um homem, Bruno Leite, de 29 anos, morreu durante o confronto. Um sargento da Rota foi baleado no ombro e três viaturas foram danificadas.
Apesar de reconhecer a falha, Massera ressaltou que o episódio “não decorre de falta de preparo, mas de conduta criminosa”, e reafirmou que a PM continuará atuando no combate à criminalidade.
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