Em um contexto global de retrocessos nas agendas de diversidade e inclusão, a C&A Brasil reforça seu compromisso com práticas ESG (ambiental, social e de governança), destacando avanços internos em representatividade de gênero e raça. Segundo a empresa, 26% das posições de chefia são atualmente ocupadas por pessoas pretas, um número que, embora acima da média do setor, ainda reflete desafios históricos de acesso da população negra a cargos de liderança no Brasil.
O CEO da C&A Brasil, Paulo Correa, destaca que “diversidade, inclusão e sustentabilidade não são apenas compromissos, mas alicerces que sustentam nossa visão de futuro”. A declaração vem em um momento em que muitas corporações globais enfrentam críticas por retrocederem em políticas de diversidade, especialmente em países impactados por discursos ultraconservadores.
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Embora a C&A tenha superado sua meta de 60% de mulheres em cargos de liderança, com 66% atualmente, o desafio racial ainda é mais complexo. A empresa estabeleceu como meta para 2030 aumentar para 30% a representatividade de pessoas pretas, pardas e indígenas em posições gerenciais. Atualmente, esse percentual é de 26% em cargos de chefia, o que revela uma evolução, mas também a necessidade de ações afirmativas mais robustas.
Especialistas em diversidade corporativa apontam que a representatividade racial não deve se limitar às estatísticas. “É fundamental que as empresas criem espaços de liderança onde pessoas negras possam influenciar decisões estratégicas e não apenas ocupar posições decorativas”, avalia [Nome do Especialista], consultor em equidade racial.
A C&A também registra que 18,5% de seus associados se autodeclaram LGBTI+, mostrando um avanço em diversidade de gênero e orientação sexual. No entanto, quando o recorte interseccional é considerado, como a presença de pessoas negras LGBTI+ em cargos de liderança, os desafios se tornam ainda mais evidentes.
No campo da sustentabilidade, a empresa afirma operar com 100% de energia renovável desde 2023 e pretende atingir 80% de matérias-primas sustentáveis até 2030. O compromisso com a circularidade, através do Movimento ReCiclo, também faz parte dessa agenda.
Apesar dos avanços, a realidade do mercado da moda brasileiro ainda é marcada por desigualdades estruturais. A pesquisa do Datafolha que reconheceu a C&A como a empresa mais diversa do Brasil é um indicador positivo, mas também um reflexo da necessidade de que o setor avance coletivamente para garantir um ambiente verdadeiramente inclusivo para todas as raças, gêneros e identidades.