De acordo com o Observatório Nacional dos Direitos Humanos, foram registradas 2,3 mil denúncias de ameaças e outras violações contra pessoas que defendem os Direitos Humanos no país de 2020 a maio de 2024. A maioria dos casos é relacionados a crimes ambientais e conflitos agrários. Os negros, mulheres e idosos são as maiores vítimas.
A soma dos casos dá a média de um caso denunciado por dia. Os números foram obtidos com exclusividade do G1 e da TV Globo, que informa que há possibilidade de subnotificação nesse tipo de denúncia. Ou seja, os números podem maiores.
Crimes ambientais
O Observatório registrou 472 denúncias de violação de direitos em situações envolvendo crimes ambientais entre 2020 e o final de 2023. Até abril deste ano foram registradas mais 99 ocorrências. A expansão urbana foi responsável por 34,5% dos casos, enquanto a expansão agropecuária agrupou 14,8%. Já o extrativismo vegetal 12,5%, caça 11% e extrativismo mineral 10,4%.
Perfil das vítimas e dos violadores
A maioria dos defensores de Direitos Humanos que sofreram algum tipo de violência ou ameaça são negros, mulheres e idosos. Os pequenos agricultores são 34,33% dos atingidos por esta violência os povos indígenas representam 32,84% dos casos e os quilombolas são 29,25%. Os ameaçadores tem os fazendeiros e primeiro lugar com 40,91% dos casos, as empresas são 15,28% e agentes de segurança pública 11,74%.
São Paulo tem as maiores ocorrências com 418 casos, seguido por Minas Gerais que registrou 287 ocorrências, de depois Rio de Janeiro com 165 e a Bahia com 138. Juntos os estados somam metade das denúncias.
Caso de Mãe Bernadete
A Polícia Civil prendeu em julho, Ydney Carlos dos Santos de Jesus, vulgo “Café”, como mais um suspeito de matar Maria Bernadete Pacífico Moreira, conhecida como Mãe Bernadete. O homem que foi preso no bairro Stella Maris em Salvador (BA) é o terceiro entre cinco suspeitos. Dois deles ainda estão foragidos.
O crime que chocou o país ocorreu em agosto de 2023 dentro do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, onde Mãe Bernadete exercia liderança. Ela buscava resposta sobre a morte de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, morto a tiros em 2017.
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