Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo pelo 16º ano seguido

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Segundo um levantamento da Rede Trans Brasil, 105 pessoas transexuais foram mortas no Brasil em 2024. Apesar do número registrar uma queda de 12% em relação a 2023, quando foram registrados 119 homicídios, o Brasil continua sendo o país que mais mata pessoas transexuais no mundo, desde 2008, segundo o Trans Murder Moring, que é parceira global de monitoramento de assassinatos de membros na comunidade.

Dos 350 casos pelo mundo, 30% foram em território brasileiro. O levantamento da Rede Trans Brasil, lançado no mês em que é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans (29 de janeiro), quando o dossiê completo será lançado, aponta que a região Nordeste está no topo do ranking, com um total de 40 vítimas, mas entre os Estados é São Paulo que se destaca.

Brasil não sai do primeiro lugar do ranking desde de 2008 / Foto: Divulgação MDHC

Mas pessoas trans e travestis não são as únicas da comunidade a serem vítimas de violência. A Organização Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga organização não governamental da causa na América Latina, divulgou dados que apontam que no ano de 2024, houveram 291 mortes de pessoas da comunidade LGTBQ+. Essas cresceram 13,2% no Brasil em 2024, que ao comparar com o ano anterior, aponta um crescimento de 8% .

O país continua sendo o líder nesse tipo de crime em comparação com os outros países que também passam pelo mesmo tipo de estudo, de acordo com o levantamento. As mortes são classificadas em: 239 casos de homicídio; 30 casos de latrocínio; 18 casos de suicídio; e 4 mortes sendo por outras causas. É um óbito violento a cada 30 horas, em dados relativos a 2024. Em 2023, foram 257 casos no total.

A faixa etária mais atingida nesse tipo de caso, é de 26 a 35 anos; de 36 a 45 anos aparecem logo em seguida. O uso de armas brancas é o mais frequente nas mortes de pessoas da comunidade, sendo um total de 22,36%, enquanto ao uso de arma de fogo, são de 21,65%. Entre outras formas de assassinato, estão incluídos também asfixia, espancamento, apedrejamento, esquartejamento, relatos de tortura e carbonização dos corpos.

“Persiste o padrão de travestis serem assassinadas a tiros na pista, terrenos baldios, estradas, motéis e pousadas, enquanto gays e lésbicas são mortos a facadas ou com ferramentas e utensílios domésticos, sobretudo dentro de seus apartamentos”, alerta o estudo. 

As vítimas eram:

  • gays: 165
  • travestis e mulheres transgêneros: 96
  • lésbicas: 11
  • bissexuais: 7
  • homens trans: 6

Outras 6 pessoas que se declaravam heterossexuais foram incluída no levantamento, pois foram confundidas com integrantes da comunidade ou terem tentado defender vítimas.

O GGB enfatiza o quão necessário se torna o cumprimento rigoroso de todas as leis existentes, como a criminalização e desenvolvimento de políticas públicas que garantam a segurança da dos membros LGBTQ+.

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