Brasil deixa mais de 2 milhões de crianças fora da creche; pobres são os mais afetados

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Mais de 2 milhões de crianças de até 3 anos estão fora da creche no Brasil, apesar do direito constitucional à educação infantil. O principal motivo é a dificuldade de acesso, que atinge especialmente famílias de baixa renda, que encontram obstáculos maiores para garantir uma vaga para seus filhos.

Dados do “Todos Pela Educação” com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) e do Censo Escolar divulgada nesta segunda-feira (11), mostram que o índice de crianças fora da creche é significativamente maior entre os 20% mais pobres: apenas 17,9% dessas crianças estão matriculadas, contra 42,4% entre os 20% mais ricos.

Crianças de famílias de baixa renda são as mais prejudicadas nas vagas em creche e escolas públicas no Brasil. / Foto: Freepik

A desigualdade de acesso afeta diretamente mães como a Pillar, moradora da zona norte do Rio de Janeiro. Pillar é mãe solo, trabalha e já enfrentou diversas negativas ao tentar matricular seu filho de 3 anos em uma escola pública. “Em dezembro quando vou atrás de vagas, tem lugar que já nem tem mais… é difícil.”, disse ao Notícia Preta.

A falta de vagas não é apenas um problema de demanda superior à oferta, mas também envolve questões estruturais, como financiamento e gestão. Embora o Plano Nacional de Educação (PNE) tenha estabelecido a meta de atender 50% das crianças de 0 a 3 anos até 2024, o índice atual é de 37,5%, segundo dados do Inep.

Além do impacto educacional, a ausência de uma rede acessível de creches limita a entrada de mulheres no mercado de trabalho e agrava a vulnerabilidade econômica das famílias mais pobres. A oferta insuficiente afeta diretamente o desenvolvimento infantil e contribui para perpetuar o ciclo de desigualdade.

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