Dados divulgados pelo World Resources Institute (WRI) nesta quarta-feira (21), indicam que a perda da floresta primária tropical cresceu 80% de 2023 a 2024 no mundo. Em 2024, o Brasil passou por intensa e generalizada seca em sete décadas, registrando aumento na perda de florestas primárias. A destruição da floresta tropical primária aconteceu de forma alarmante, equivalente a uma perda de 18 campos de futebol por minuto.
A perda desse ecossistema, que é essencial para a subsistência, armazenamento de carbono, água, biodiversidade e muito mais, causou 3,1 gigatoneladas (Gt) de emissões de gases de efeito estufa. Os incêndios foram responsáveis por queimar 5 vezes mais floresta tropical em 2024 do que em 2023.

As mudanças climáticas e o El Niño contribuíram para essa devastação em massa, o ano de 2024 foi o ano mais quente registrado ocasionando em incêndios mais generalizados, com aumento expressivo nas emissões de gás carbônico; principal causador da elevação de temperatura no planeta.
Diante desse cenário de seca extrema e elevação de temperatura, o ambiente se tornou propício para que os incêndios se alastrassem, afetando principalmente o Brasil e a Bolívia. Além dos incêndios, a perda florestal foi provocada pelo desmatamento das florestas para cultivo de soja e a pecuária.
O Brasil lidera o ranking do país que possui mais florestas primárias no mundo e em contrapartida continua sendo o principal responsável pelo seu desaparecimento, totalizando uma perda de 42% de florestas tropicais primárias nos trópicos. As taxas de perda que não estão relacionadas a incêndios aumentaram 13% em 2024, apesar disso os níveis de perda permaneceram inferiores aos registrados no ano 2000 e durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro.
Para os pesquisadores, são necessárias políticas de conservação, investimento em programas nacionais de prevenção de incêndios, como por exemplo, PrevFogo que capacita as comunidades para práticas de combate ao fogo e também práticas sustentáveis agrícolas sem o uso do fogo.
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