Um ano após brigar e deixar o PSL, Bolsonaro retoma negociação para voltar ao partido pelo qual disputou o pleito em 2018. As negociações começam justamente após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que o tornou elegível em 2022.
A avaliação é que a entrada de Lula no páreo tornará mais acirrada a disputa no primeiro turno e, nessas circunstâncias, tempo de televisão e fundo partidário ganham mais relevância para, segundo Bolsonaro, “combater fake news” que seriam usadas por adversários. O presidente recebeu integrantes do PSL no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira e vem mantendo conversas com dirigentes da sigla, conforme divulgado e pelo jornal O Globo.
Tempo de TV x negociação para voltar ao PSL
O foco do atual presidente é garantir tempo de TV. Caso Bolsonaro, que disputa eleição majoritária, faça coligação com outros partidos e assim garanta mais tempo de TV, deputados federais e estaduais bolsonaristas, que disputam a proporcional, não poderiam utilizar da mesma estratégia, ficando reféns do tempo de televisão e do fundo partidário da futura legenda do presidente.
Caso Bolsonaro opte por partidos menores, os parlamentares destes partidos não contariam com aparições na TV nem com verba para campanha.
Dirigentes do PSL ouvidos pelo GLOBO em caráter reservado confirmaram que a possibilidade de filiação de Bolsonaro, “antes remota”, agora “é real”. Um deles argumenta que qualquer partido ficaria “lisonjeado” em receber o presidente da República e alega que as rusgas do passado, principalmente envolvendo o presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), já foram superadas.
Lula lidera pesquisa sobre potencial de voto para presidente
Na pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), novo instituto da estatística Márcia Cavallari (ex-Ibope), 50% dos entrevistados disseram que votariam com certeza ou poderiam votar em Lula e 44% afirmaram que não o escolheriam de jeito nenhum, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Bolsonaro aparece com 12 pontos porcentuais a menos no potencial de voto (38%), e 12 a mais na rejeição. Em seguida, Moro (31%), Huck (28%), Haddad (27%), Ciro (25%), Marina (21%), Mandetta (15%), Mandetta (15%), Doria (15%) e Boulos (10%). Lula é mais forte entre os pobres e no Nordeste. Bolsonaro, entre os ricos e no Sul.
O Ipec ouviu 2.002 pessoas em 143 municípios do País. O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro e a margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Fonte: O Globo