Após uma bailarina declarar que a Cia de ballet Bolshoi, maior escola de dança do mundo, se recusa a contratar artistas negras e prefere maquiar com tinta escura dançarinas brancas , Vladimir Urin, diretor do Ballet Bolshoi, rebateu as acusações. “Não comentamos essas afirmações absurdas”, respondeu. O diretor da companhia se defendeu afirmando que o espetáculo, criado em 1877, foi assim apresentado (pintando de preto bailarinos brancos) “milhares de vezes” não só na Rússia, mas também no mundo todo.
Em agosto deste ano, a bailarina afro-americana, Misty Copeland, comentou em seu perfil no instagram que a companhia de ballet russo prefere maquiar suas bailarinas em vez de contratar mulheres negras para dançar. Na ocasião, ela declarou que “dói muito saber que muitas grandes companhias de ballet se recusam a contratar bailarinas negras e preferem optar por uma maquiagem”. Lamentou. Misty é primeira bailarina do American Ballet Theatre e a primeira americana negra a estar na posição.
Arte Elitista
Não é a primeira vez que o berço russo do ballet ouve comentários sobre racismo. Em 2013, a bailarina afro-americana Precious Adams relatou ao mundo as diversas vezes em que foi vítima de racismo, enquanto terminava seu curso de ballet em Moscou. Ela afirmou que uma professora já chegou a dizer “tente se esfregar para tirar o tom escuro de sua pele”. “Eu sabia disso antes de vir, todos me diziam: ‘Fique atenta, você vai ser praticamente a única negra. Eles têm um problema racial, seja esperta, não leve as coisas para o lado pessoal’”, disse.