Segundo um relatório da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), divulgado na última segunda-feira (20), as mulheres negras são as que mais enfrentam desafios com a falta de oportunidades de emprego. Esse grupo possui uma taxa de desocupação de 19,1%, maior que a registrada nas demais categorias.
Na Bahia, também são as mulheres negras que são maioria no execício do trabalho doméstico sem registro em carteira, sendo 83,2% do total de trabalhadores informais nessa área. O relatório também mostra que apesar de pessoas negras representarem 81,3% da força de trabalho no estado, elas também são 85,3% das pessoas em desocupação, 54,1% das que estão na informalidade.
O desalento, indicando disponibilidade para o trabalho, segundo os dados do SEI, representa a falta de ações para essa finalidade, devido a razões específicas de mercado, o que afeta mais intensamente pessoas negras.
O levantamento ainda mostra que os homens brancos receberam, em média, R$ 2.218, enquanto os homens negros receberam R$ 1.626. Ou seja, a remuneração média de homens brancos foi 36,4% maior do que a homens negros. Já as mulheres brancas ganharam, em média, R$ 2.235, e as mulheres negras auferiram apenas R$ 1.480. Ou seja, a remuneração média daquelas foi 51,0% maior do que a destas.
A remuneração revela desigualdade no mercado de trabalho. Os brancos na Bahia, ganham 41,9% mais do que a média de pretos e pardos. A análise por gênero aprofunda destacando que as trabalhadoras brancas ganham 51,0% a mais do que negras.
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