O ator e pesquisador Izak Dahora viverá o marinheiro João Cândido, no desfile da Paraíso do Tuiuti este ano. A convite do carnavalesco Jack Vasconcelos, Izak será um dos intérpretes do ‘Almirante Negro’, homenageado pela escola, e um dos carros alegóricos que passará pela Sapucaí. Em entrevista ao Notícia Preta, Izak Dahora enfatizou o sentimento de interpretá-lo.
“Poder representar João Cândido é uma responsabilidade por colaborar em uma das maiores finalidades que o carnaval das Escolas, como manifestação afro-brasileira, tem: denunciar as nossas mazelas históricas e sociais“, disse o ator que também se disse bastante honrado e animado com o convite.
Izak, que já esteve na avenida em 2018 interpretando o Bispo do Rosário na Acadêmicos do Cubango, há muita pesquisa para interpretar o líder da Revolta da Chibata, na Marquês. “Estou me preparando como ator para esse personagem, na pesquisa e na composição“, conta o ator, que também é professor universitário, lecionando na Universidade Estácio de Sá na graduação em Teatro e Cinema, e na PUC-Rio, na pós de Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo.
Além disso, Izak também é pesquisador, finalizando seu doutorado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) sobre teatralidades negras e o carnaval, levando ao lançamento do seu livro “Arte total brasileira – a teatralidade do ‘Maior Show da Terra'”, que segundo ele, é um “desdobramento da minha dissertação de mestrado sobre as escolas de samba”.
Segundo o ator, que tem o carnaval no sangue, o desfile das escolas de samba é um “complexo de diversas linguagens artísticas e tecnológicas que atuam em simultâneo para produzir uma narrativa, basicamente através de canto, dança e, progressivamente na sua história, de também visualidade e teatralidade“, e que os assuntos abordados por elas são bem importantes, por terem tanta visibilidade.
Para ele, “abordar e interpretar João Cândido traz a marca de um carnaval feito para celebrar uma figura negra pela sua luta contra a discriminação racial e contra as opressões sociais“, afirmando que esse será um “desfile crítico, político, de garra e emoção”.
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