Liderada pelo Pastor José Wellington Bezerra da Costa, a convenção das Assembleias de Deus em São Paulo vai punir pastores que “defendam, pratiquem ou apoiem” pautas associadas pela igreja à esquerda. A decisão veio por forma de resolução, aprovada em reunião de dirigentes da doutrina, na Convenção Fraternal das Assembleias de Deus de São Paulo (Confradesp).
Com o título de “Carta convencional do plenário da 49ª Assembleia Geral da Confradesp”, a resolução associa o “posicionamento de esquerda” a uma “cosmovisão contrária ao Evangelho e aos preceitos éticos e morais defendidos pela Assembleia de Deus”. Além disso, a resolução também atribui à esquerda a “desconstrução da família tradicional, legalização do aborto e erotização de crianças”.
A carta diz ainda que a Assembleia de Deus não admitirá, em seus quadros, ministros que defendam, pratiquem ou apoiem, por quaisquer meios, ideologias contrárias (…) aos princípios morais e éticos da Confradesp. “Os ministros que comprovadamente defenderem pautas de esquerda dentro da cosmovisão marxista serão passíveis de representação perante o Conselho de Ética e Disciplina”, afirma ainda a carta.
O intuito da carta é “cooperar com os companheiros que trataram sobre o tema da absolvição do senhor Luiz Inácio Lula da Silva”, adversário do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que participou de um culto na congregação, momentos antes da convenção, destinado aos presentes na assembleia e liderado pelo Ministério do Belém.
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Na gravação da reunião, um pastor afirma ainda que “todas as religiões demonistas estão dando apoio expresso a esse candidato [Lula] que se apresenta a estar competindo agora no segundo turno com o presidente Bolsonaro”. Um outro membro disse que não seria aconselhável incluir na carta as “religiões de matrizes africanas por atrair uma discussão muito mais ampla, sem saber qual seria o desdobramento”.