Leonardo Alan nasceu em São Paulo, na região do ABC paulista, e sempre se identificou com o mundo artístico. Artista multifacetado, ele diz que sentiu a necessidade de se expressar. “Essa ideia veio de uma maneira natural quando em um dia comecei a compor músicas e percebi a oportunidade de contar a minha própria história”, conta. Hoje, Leonardo entende que pode desempenhar diversas funções no meio artístico e não limita a sua criatividade.
Morando na Bélgica há 8 anos para estudar cinema, na Royal Institute for Theatre, Cinema and Sound – RITCS, ele começou a carreira em 2020, como cantor e compositor, lançando os singles ‘Watching You’ e ‘Danado’, e mais recentemente o single ‘Batucada’. Em 2022, o artista lançou, no dia 12 de agosto, um projeto audiovisual: o curta-metragem “Primeiro Ato“, também dirigido por ele, disponibilizado em seu canal do Youtube.
A mãe de Leonardo tem papel importante na construção do curta “Primeiro Ato”. Ele conta que a figura materna sempre foi significante no seu desenvolvimento intelectual e no apoio de sua carreira, por isso, a sua presença no vídeo é uma representação de todas as mulheres negras brasileiras. Inicialmente, o curta vem de uma imagem de afeto entre ele e sua mãe, quando ela penteava seus cabelos.
“A partir daí, veio a ideia de colocar como narração do vídeo, o poema de Victoria Aparecida, artista nascida e criada em Poá, no extremo leste de São Paulo. O poema aborda problemas inerentes à população preta, periférica; e críticas sobre o feminismo branco”, comenta.
Mesmo distante do Brasil, o artista está sempre atento ao cenário político do país e aponta que muitos acontecimentos acabam por impulsionar o seu trabalho. “Vi recentemente um debate onde o candidato Jair Bolsonaro ofende a repórter Vera Magalhães ao vivo. Essa horrível e vergonhosa hostilidade agora é banalizada, entrou na normalidade. Esses são os tipos de gatilhos para a produção dos meus trabalhos”, como afirma.
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Leonardo busca sempre abordar as pautas ligadas à política, a hipocrisia das relações, a liberdade sexual, o racismo e o ego. O artista ressalta que, no Brasil, ele acaba sendo visto somente com um negro de periferia, mas no exterior fala 5 línguas e é visto pelas pessoas com um olhar de estrangeiro. Por isso, retornar as suas origens foi natural quando precisou lidar com questões de racismo e xenofobia.
“[…] a partir desse resgate de identidade percebi que a minha história pode inspirar pessoas como eu, que vieram da periferia. Os desafios para as minorias existem, mas é sobre se fazer presente e dar valor para sua cultura e para o lugar de onde você veio” conclui.