A Polícia Federal (PF) possui um registro de 6 milhões de armamentos registrados no banco de dados e, estima-se, que 47% estejam com a documentação vencida, totalizando cerca de 2,5 milhões de armas irregulares no Brasil. Este dado veio à tona na última quarta-feira (26), após a corporação publicar o levantamento com mais de 10 mil armas irregulares apreendidas somente este ano no país.
O presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal de Minas Gerais, Rodrigo Teixeira, diz que os problemas atuais envolvendo posse e o uso ilegal de armas de fogo tornou-se algo grave.
No mesmo ano em que o país passou a ser chefiado por Jair Bolsonaro (PL), as buscas ativas – trabalho realizado por agentes da PF – sofreram interferência devido à proporção que as ocorrências tomaram. “A partir de 2019, nos últimos três anos, com essa flexibilização da possibilidade do cidadão adquirir armamento, isso agravou enormemente, agravou exponencialmente, essa questão do controle de armamento”, diz Rodrigo Teixeira, em entrevista ao Jornal Nacional.
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Especialistas também alertam sobre o paradeiro dos itens de fogo e as localidades por onde circulam. De acordo com o levantamento, a cada dez armas, quatro estão com documentação vencida e as demais informações são de desconhecimento do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), órgão sob responsabilidade da PF.
Segundo Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz, a prorrogação sofrida no prazo de validade das armas são fatores influentes no aumento da criminalidade no país. Fuzis, revólveres e outras armas de fogo, que antes venciam em três anos, atualmente devem ter seus documentos atualizados a cada dez anos.
Langeani diz que a alteração envolvendo a posse de arma “é uma falta de controle que, na prática, vai desembocar em mais armas indo para o crime, mais crimes sendo cometidos com arma de fogo”.
Homicídios com arma de fogo
Um levantamento sobre homicídios no país revelou que, aproximadamente 75% dos casos ocorridos entre 2018 e 2021, foram por armas de fogo. Os dados são os mais recentes apresentados pelo Sistema de Informação de Mortalidade do DataSUS.
Nos anos de 2018 e 2019, os dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) revelaram que as taxas de homicídio por armas de fogo no Brasil alertam para zona de alto teor em quase todos os estados do país. Os dados do Atlas da Violência mostram que a maioria das mortes sucessivas de conflito armado permanecem na zona vermelha, que representa a máxima dos índices de mortalidade.
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Segundo um levantamento do Instituto Sou da Paz, entre 2018 e 2022 foram adquiridas cerca de 1 milhão de armas de fogo. A demanda cresce anualmente, em consequência, os conflitos armados também.
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