Em sua estreia na TV o ator Reinaldo Junior interpreta Mahommah Gardo Baquaqua, no especial falas Negras da Rede Globo que será exibido que será exibido em 20 de novembro. Dirigido por Lázaro Ramos, o programa trará textos históricos de grandes personagens que, de 1600 aos dias de hoje, lutaram contra a escravidão, a segregação racial, o racismo e a intolerância.
“Baquaqua foi um herói pouco conhecido no Brasil, costumam intitular os nossos heróis e guerreiros como escravos, trazer um olhar para além do que os livros, e o mercado apresentam é importante para desmistificar e popularizar para mais de 100 milhões de brasileiros a verdadeira história, contada por nós, através da luta e riqueza do nosso povo”, conta Reinaldo.
O ator que já tem uma longa carreira premiada no teatro é destaque na cena preta teatral e dedica a trabalhar o tema dentro e fora dos palcos com objetivo de combater o racismo e trazer humanização aos corpos de homens negros. “Rei Black”, como é conhecido, foi convidado por Lázaro Ramos para interpretar Babaquara após ver seu trabalho atuando no espetáculo “Esperança na Revolta”, que foi indicado ao Prêmio Shell em três categorias, sendo premiada em direção, por André Lemos.
Para ele, expandir seu trabalho do teatro para as telinhas é de grande importância para levar representatividade para os seus. “Sou da Baixada Fluminense, o acesso ao teatro é muito restrito, a minha arte pouco é vista pelos meus familiares e amigos de infância, é quase um evento levá-los ao teatro. A T.V é grande responsável pela construção do imaginário social, estar nessa plataforma hoje, é levar representatividade para mais de 100 milhões de brasileiros que tem a nossa cara, a nossa cor e o nosso jeito preto”, afirma.
Reunindo em seu currículo trabalhos que receberam três premiações. Sendo premiado a melhor ator pelo Prêmio Ubuntu 2019 por Oboró – Masculinidades Negras, ganhador do Prêmio Shell 2020 na categoria Inovação por Terreiro Contemporâneo, indicado a melhor ator no Prêmio Olhares da Cena 2017, Co-Idealizador e Curador do Projeto “Segunda Black”, ganhador do Prêmio Shell 2018 na categoria Inovação, e do Prêmio Questão de Crítica 2018, do Grupo Emú, ganhador do Prêmio Shell 2016 no elenco de Salina. O artista, que é de Mesquita, Baixada Fluminense, também é produtor e diretor de movimento da Confraria do Impossível. Aos 29 anos, com o longo currículo de prêmios, Reinaldo mostra que como diz em suas próprias palavras “a favela está conquistando seu espaço”, frisa.
Para além de discurso Reinaldo abre espaço para pessoas negras na prática, o ator faz questão ter uma equipe toda composta por pessoas negras cuidando de sua carreira. Desde seu empresário Rudson Martins, fundador da R Martins Agenciamentos, até a assessoria de imprensa, Laís Monteiro, fundadora da Monteiro Assessoria. Para ele, empoderar só é possível no coletivo. “Minha equipe é Black Excellenc, é fundamental para os nossos que exerçamos a filosofia Black Money, por meio de empregabilidade, valorização de profissionais negros em todos os setores. Negociações, comunicação e a estratégia a partir de uma agenda pautada na negritude, me dando todo o respaldo afetivo e profissional para que eu não me sinta sozinho em cena”, conclui.