Após polêmica, escolas renovam carnavalescos e Paulo Barros fica fora do grupo especial do Rio de Janeiro

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O carnavalesco Paulo Barros, que já foi quatro vezes campeão do Carnaval no grupo especial do Rio de Janeiro, não foi contratado por nenhuma escola de samba do grupo de elite do Rio para o desfile de 2026. A Vila Isabel não renovou seu contrato, e todas as outras agremiações já anunciaram seus carnavalescos. A ausência de Paulo Barros no grupo especial do próximo ano ocorre após a polêmica no período pré-carnaval, quando o carnavalesco afirmou que “ninguém entende nada” de enredos com temas “afro”.

No dia 22 de fevereiro, dias antes do desfile oficial, em uma entrevista exclusiva ao jornal Folha de S.Paulo, Paulo Barros levantou uma grande polêmica sobre temas “afro”. “A maioria dos enredos desse ano são afros, tudo já foi visto e revisto, e eu posso te garantir que 90% de quem está assistindo o desfile não vai entender nada”, disse o carnavalesco.

Paulo Barros já foi 4 vezes campeão do Carnaval carioca, no grupo especial /Foto: Tânia Rego – Agência Brasil

A declaração gerou comoção entre os sambistas e teve muitas reações nas redes sociais, justamente por vir de um carnavalesco conhecido por ter um estilo peculiar estético no desfile, e sempre trazendo figuras “hollywoodianas”.

Mesmo com os títulos, e a personalidade forte tanto na técnica carnavalesca e na opinião, Paulo ficou de fora na “dança das cadeiras do carnaval”. Confira o carnavalesco de cada escola:

  • Beija-Flor: João Vitor
  • Grande Rio: Antônio Gonzaga
  • Imperatriz: Leandro Vieira
  • Viradouro: Tarcísio Zanon
  • Portela: André Nascimento
  • Mangueira: Sidnei França
  • Salgueiro: Jorge Silveira
  • Vila Isabel: Leandro Bora e Gabriel Haddad
  • Unidos da Tijuca: Édson Pereira
  • Tuiuti: Jack Vasconcelos
  • Mocidade: Renato Lage
  • Acadêmicos de Niterói: Tiago Martins

Ainda na entrevista à Folha, o carnavalesco questionou os elementos que são colocados como parte constituinte da cultura brasileira: “As pessoas ficam dizendo que temos que valorizar a cultura brasileira. Egípcio é brasileiro? Elefantes? Gregos? Tigres? O que você mais vê na avenida são essas figuras colocadas como nossas, mas que não são”, disse.

Ao mesmo tempo em que afirmou: “Que continuem me colocando na berlinda. Vão ter que aturar [alegorias do filme] ‘Monstros S.A.’ nesse ano”.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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