Ano novo, mesmos desafios: desigualdades raciais persistem no Brasil

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Quando o relógio marca meia-noite e muitos celebram o início de um novo ano, uma parte significativa do país entra num ciclo que continua muito parecido com o anterior, especialmente para milhões de brasileiras e brasileiros negros. Apesar de serem a maioria da população, as pessoas negras no Brasil ainda enfrentem desigualdades econômicas, sociais e de acesso a direitos que não desaparecem com a virada do calendário.

Os dados mais recentes do Censo mostram que a população brasileira é majoritariamente composta por pessoas negras, somando pretos e pardos, mais de 55% dos habitantes do país.
Ainda assim, a realidade econômica e social dessa maior parte segue marcada por lacunas profundas.

Desigualdades raciais persistem no Brasil – Foto: Freepik

Segundo indicadores oficiais, a desigualdade salarial entre brancos e negros persiste de forma robusta: o rendimento médio por hora da população branca era mais de 60% maior que o da população negra em 2022. Esse padrão reflete décadas de exclusão histórica do mercado de trabalho formal e oportunidades de carreira para a população negra.

Educação, emprego e participação no mercado

Embora haja avanços pontuais em alguns indicadores sociais no Brasil, especialistas alertam que as desigualdades estruturais seguem fortes, especialmente quando cruzadas com raça, gênero e território. Em várias áreas: educação, emprego formal, renda e acesso a serviços públicos de qualidade. As diferenças entre negros e não negros ainda se mantêm, mesmo com reduções lentas em alguns índices.

Saúde e vulnerabilidade social

As desigualdades também se expressam em saúde e segurança. Estudos mostram que grupos racializados enfrentam pior acesso a prevenção e promoção da saúde, bem como taxas mais altas de condições socioeconômicas ligadas à pobreza e exclusão.
Além disso, relatórios nacionais destacam que mortes evitáveis e violência seguem impactando desproporcionalmente jovens e adultos negros um reflexo claro de estruturas sociais que colocam essa população em posições de maior vulnerabilidade.

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As promessas de ano novo esbarram na desigualdade

Para muitos brasileiros, janeiro é um mês de recomeços, metas e planos, mas a desigualdade racial significa que essas promessas não começam do mesmo ponto para todos. Enquanto alguns planejam viagens, investimentos ou mudanças de carreira, uma parcela significativa da população negra enfrenta desafios que vão desde acesso mais difícil à educação de qualidade até sobrevivência econômica no cotidiano.

Layla Silva

Layla Silva

Layla Silva é jornalista e mineira que vive no Rio de Janeiro. Experiência como podcaster, produtora de conteúdo e redação. Acredita no papel fundamental da mídia na desconstrução de estereótipos estruturais.

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