America Latina e Caribe possuem alimentação saudável mais cara do mundo, aponta relatório

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Relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado nesta quarta-feira (18), revela que custo para se alimentar de forma saudável na América Latina e no Caribe é o maior do mundo.

Segundo a organização, uma dieta saudável é aquela que garante as necessidades diárias de energia presente em proteínas, gorduras e carboidratos, com fibra dietética e também em vitaminas e minerais. Deve ser considerando gênero, idade, nível de atividade física e estado fisiológico.

O custo dos alimentos saudáveis na América Latina e Caribe são os mais elevados no mundo – Foto: Pixabay

A dieta deve ter 400 gramas de frutas e vegetais por dia, ingestão de gorduras totais deve ser inferior a 30% da ingestão total de energia; gorduras saturadas não devem contribuir com mais de 10% das calorias; a ingestão de açúcares adicionados não deve exceder 10% do total de energia e o consumo de sal deve ser inferior a 5 gramas por dia.

O estudo informa que 131,3 milhões de pessoas destas regiões não poderiam pagar por uma dieta saudável em 2020. Ou seja, o mesmo que 1 a cada 5 pessoas, o equivalente a 22,5%. No Caribe, esse número chega a 52%. Na América do Sul é 18,4%.

Segundo os dados, isso representa 8 milhões de pessoas a mais do que em 2019. O principal responsável por esse aumento é o maior custo médio de uma refeição saudável: a média regional é de US$ 3,89 por pessoa; a média global: US$ 3,54 por pessoa. Também foi feito um comparativo por região, com Caribe: US$ 4,23 por pessoa; América do Sul: US$ 3,61 por pessoa; Ásia: US$ 3,72 por pessoa; África: US$ 3,46 por pessoa; América do Norte e Europa: US$ 3,19 por pessoa e Oceania: US$ 3,07 por pessoa.

“Não há uma política individual que possa resolver esse problema de forma independente. Os mecanismos de coordenação nacional e regional precisam ser fortalecidos para responder à fome e à desnutrição”, disse Mario Lubetkin, diretor-geral adjunto e representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe.

O número de pessoas com fome na América Latina e no Caribe aumentou em 13,2 milhões, entre 2019 e 2021. O número foi para 56,5 milhões de pessoas em 2021, segundo o relatório. Ou seja, 40,6% da população da região passou por insegurança alimentar moderada ou grave, em comparação com 29,3% em todo o mundo. A insegurança alimentar grave também foi mais frequente na região (14,2%) do que no mundo (11,7%).

Se tratando de desnutrição, os números mostram uma diminuição do numero de crianças acometidas pelo quadro. Em 2020, foram 11,3% na América Latina e no Caribe, aproximadamente dez pontos percentuais abaixo da média mundial. Apesar disso, 3,9 milhões de crianças de até cinco anos estão acima do peso.

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O relatório Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe de 2022 é uma publicação conjunta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP na sigla em inglês) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Marina Lopes

Marina Lopes

Marina Lopes é jornalista e escritora juiz-forana, apaixonada pela palavra e por contar histórias através dela.

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