*por Fernanda Souza
Um ex-aluno do curso de letras da Universidade Federal de Minas Gerais sofreu racismo dentro do próprio Campus que estudou quando tentava se matricular num curso de Inglês. O homem, 32 anos, foi autorizado a entrar na instituição após se identificar, porém foi perseguido por seguranças.
À Polícia Militar, a vítima contou que sentiu vontade de beber água e desviou o seu caminho quando os seguranças começaram a seguir e questionar a presença dele no local. O ex-aluno disse ainda que os militares teriam dito que ele estava fingindo ser estudante para roubar os alunos.
Neste momento, o estudante negro foi agredido com socos por três seguranças, que tentaram em seguido o imobilizar com mata leão. Vários alunos presenciaram a agressão, que ocorreu no horário de almoço. O homem procurou a polícia e fez boletim de ocorrência.
O Diretório Acadêmico Carlos Drummond de Andrade, que é o centro responsável pelo curso de letras, divulgou uma nota de absoluto repúdio e dizendo que vai acompanhar o caso para que todas as medidas sejam adotadas.
“Um jovem negro foi vítima de agressão e racismo por parte dos seguranças do prédio. Ele estava no local para realizar o processo de matrícula no CENEX FALE – Centro de Extensão da Faculdade de Letras, no horário do almoço, quando foi abordado por quatro seguranças que o acusaram de não ser aluno, e logo em seguida imobilizaram e agrediram o jovem. Diante dos pedidos de socorro, outras pessoas que estavam no prédio foram até o local para tentar impedir a agressão, alguns iniciaram filmagens como prova visual do acontecido, sendo que um dos aparelhos usados para filmagem foi retirado do dono e totalmente danificado. Foi feito um relatório de ocorrência com a segurança interna do campus (DLO), e a polícia foi acionada para que pudesse ser feito um boletim de ocorrência”, disse em nota.
E complementou: “diversas instâncias institucionais já foram contatadas, e todas as medidas imediatas foram tomadas. Existem provas comprobatórias e outras provas (vídeos e etc), além de diversas testemunhas que presenciaram o fato. Expressamos nessa nota total e absoluto repúdio ao método de abordagem dos seguranças, e estamos acompanhando o caso para que todas as medidas cabíveis sejam tomadas para que não tenhamos mais acontecimentos como esse”, repudiou o Diretório Acadêmico da Faculdade de Letras, da UFMG.
O Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (APUBH), também divulgou nota em sua rede social manifestando total repúdio a qualquer forma de violência. Em nota eles exigem formação dos seguranças sejam discutidas com a comunidade universitária.R