Uma criança negra de 9 anos recebeu uma ‘carteira de trabalho’ feita de papel e canetinha, de colegas de classe em uma escola em São Luis, no Maranhão. Nela, foi escrito que o menino trabalha como pedreiro por 18h horas ao dia, e receber cerca de R$ 50 por ano. O caso foi divulgado pelo portal Imirante.com, no último sábado (29).
De acordo com a reportagem, o pai da criança que descobriu a situação, após decidir perguntar ao filho se já tinha sido vítima de alguma situação ofensiva ou constrangedora na escola. O questionamento foi feito após assitir uma série em um streaming, que falava do assunto.

“Já há algum tempo ele [a criança] recebeu dos colegas essa carteira de trabalho de papel, e era chamado pelos colegas de CLT, mendigo, pedreiro, pobre. Nós, a família, não sabíamos, porque ele não falava disso em casa e muitas vezes nem entendia o porquê de ser chamado assim, muito menos da gravidade do que está por trás disso”, disse a irmã da criança, a professora Ana Flávia, em entrevista ao Imirante.com.
A escola em que a criança estuda é particular, e segundo a familia informou à reportagem, a instituição já foi notificada. O nome da escola não foi divulgado para preservar a imagem e a identidade da criança.
“Muitas questões com raízes de problemas sociais profundos. O fato dele ser bolsista e isso ser associado à pobreza. O fato dele ser um menino negro num meio maioritariamente branco. Acreditamos que sim, tem ligações com o racismo e a falta de consciência humana e de classe”, disse Ana Flávia, na entrevista ao portal que relatou o caso.
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