Uma aluna da Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia (MT), foi vítima de tortura por quatro colegas dentro da própria sala de aula. Um vídeo mostra a jovem ajoelhada, cercada por outras adolescentes que a agrediam com socos, chutes e golpes com um cabo de vassoura.
A Polícia Civil informou que o grupo responsável pela violência tinha cerca de 20 integrantes que criaram uma espécie de organização inspirada em facções criminosas, com regras internas e punições (a vítima teria sofrido a agressão por se recusar a entregar um suco a uma das integrantes).

O delegado responsável pelo caso, Marcos Paulo Batista de Oliveira, afirmou que as suspeitas confessaram a agressão e relataram que outras estudantes também foram punidas em ocasiões anteriores. A aluna foi instruída a não chorar durante o ataque, sob ameaça de mais violência. A Polícia recomendou ao Ministério Público a internação das adolescentes, que já foram identificadas e ouvidas.
A equipe gestora da escola, juntamente com a Diretoria Regional de Educação, acionou a Seduc‑MT, que forneceu apoio psicossocial à vítima, às envolvidas e às famílias, e ações disciplinares conforme o regimento escolar. O caso também foi formalmente registrado na Polícia Civil, com recomendação ao Ministério Público para possíveis medidas de internação das responsáveis.
A Seduc-MT também postou uma nota sobre o andamento do caso:
“A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) informa que já está apurando com rigor o caso de agressão envolvendo um grupo de estudantes contra uma aluna da Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, registrado em vídeo e divulgado nas redes sociais.
As equipes gestora e psicossocial da unidade e da Diretoria Regional de Educação já foram mobilizadas para prestar atendimento à vítima, aos demais envolvidos e às suas famílias, com o objetivo de oferecer acolhimento e suporte necessários.
O caso já foi registrado junto a autoridade policial competente e, paralelamente, a Seduc está tomando as medidas disciplinares cabíveis, conforme as normas do Regimento Escolar e demais legislações vigentes, com providências firmes para que situação como esta não se repita, aplicando punições exemplares dentro do que permite a legislação.
Reafirmamos nosso compromisso com a promoção de um ambiente escolar seguro, respeitoso e acolhedor para todos.“
Segundo levantamento do Ministério da Educação, 80% dos professores de escolas públicas já presenciaram bullying em sala de aula nos últimos 15 meses, e metade dos cerca de 395 mil docentes relatou episódios de discriminação em sala.
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