O estudante de doutorado Tarcízio Silva, da Universidade Federal do Grande ABC, tem desenvolvido uma tese chamada “Dados, Algoritmos e Racialização em Plataformas Digitais”. Nesse estudo, o pesquisador desenvolveu um novo conceito chamado de “racismo algorítmico”.
O estudo de Tarcízio parte da análise de aplicações como o FaceApp, que se popularizou no Facebook e Instagram. Se tratam de opções de embelezamento do rosto dos usuários que quando aplicados acabam embranquecendo a face de pessoas pardas e pretas.
De acordo com Silva, é necessário frisar que o problema não é um algoritmo ou outro tomado de forma isolada, mas “como sociedades racistas constroem consequentemente tecnologias com potenciais ou aplicações discriminatórias”.
Há um tempo atrás, essa questão de algoritmos com potencial discriminativo e tendem ao racismo puderam ser evidenciados por meio do mecanismo de buscas no Google imagens, onde ao pesquisar “tranças feias” apareciam as tranças afro e, quando se pesquisa “tranças bonitas”, foi possível visualizar imagens, majoritariamente, de mulheres brancas (loiras). O mesmo ocorre quando se pesquisa “cabelos feios” e “cabelos bonitos”.
Além da pesquisa que vem sendo desenvolvida por Tarcízio Silva, podemos acrescentar a pesquisa publicada pela pesquisadora Safiya U. Noble publicou oficialmente em fevereiro de 2018 o livro “Algorithms of Oppression: how search engines reinforces racism” (Algoritmos da Opressão: como mecanismos de busca reforçam o racismo). Foi uma pesquisa realizada durante sete anos que investiga situações de injustiça e preconceito criadas por algoritmos.
Em síntese, a autora traz as colaborações da pesquisa sobre exclusão digital para detalhar como aspectos econômicos, educacionais, culturais são materializados em três pontos principais de desigualdade quanto a tecnologia: acesso a computadores e softwares; desenvolvimento de habilidades e treinamento e conectividade à Internet, como banda larga.
0 Replies to “Algoritmos discriminam a população negra”