Adolescente tenta esfaquear colega em escola no Rio e acaba apreendido

Estudante de 15 anos tentou esfaquear uma aluna dentro da Escola Municipal Manoel Cícero, na Praça Santos Dumont, na Gávea, zona Sul do Rio de Janeiro, na última terça-feira, (28). De acordo com o relato dos alunos, o adolescente também tentou agredir os colegas. Porém, alunos e funcionários da escola conseguiram contê-lo.

Os bombeiros informaram que receberam o chamado de “agressão com arma branca“ por volta das 14h35. Segundo os policiais da 15.ª DP, com a imobilização, o adolescente se feriu com um corte no supercílio. Após o direcionamento dos próprios policiais, recebeu os atendimentos médicos no Hospital Miguel Couto.

Ainda segundo as testemunhas, uma menina era o alvo do ataque. Ela chegou a ser agredida com a faca que a atingiu em um local próxima à sua axila esquerda, no entanto, a tentativa não resultou em cortes. Encaminhada para fazer o exame de corpo de delito, a vítima ficou com a marca da arma na pele.

O ataque

Durante a aula, uma estudante relatou que o suspeito permaneceu em silêncio desde o início. Ao retornar do recreio, retirou seus objetos da mochila e os colocou sobre a mesa. E após o intervalo, a professora precisou pedir que ele se sentasse.

De acordo com a diretora, ela foi o primeiro alvo do estudante, mas conseguiu se defender usando uma mesa. Em seguida, ele tentou atingir uma aluna que estava próxima, porém a faca somente acertou sua jaqueta.

Conforme o relato, o adolescente se dirigiu para outra sala no mesmo corredor e tentou esfaquear o abdômen de uma aluna, mas acabou sendo contido por pedreiros que estavam trabalhando no local.

O histórico do adolescente

Após o incidente, o Secretário Municipal de Educação, Renan Ferreirinha, compareceu à escola. De acordo com o secretário, a diretora relatou ter notado um comportamento estranho por parte do suspeito quando entrou na sala.

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Ferreirinha acrescentou que o aluno havia ingressado recentemente na escola da Gávea. Isso após ter sido transferido de uma outra unidade de ensino em Ipanema, por ter atacado um professor com insultos racistas.

Índice de violência nas escolas

A pesquisa realizada pela organização Nova Escola, ouviu cerca de 5.3 mil educadores. Como resultado dos dados, indicou que 70% dos professores identificaram o crescimento da agressividade dentro das escolas após a retomada das aulas presenciais.

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Os professores perceberam que ao retornar às aulas, os alunos mostravam-se euforicos e na sequência houveram dificuldades compartamentais.

Segundo a diretora de Educação da Nova Escola, Ana Ligia Scachetti, com o isolamento social causado pela pandemia do Covid-19, os alunos deixaram de praticar as interações sociais, e o ensino on-line provocou desconforto com o retorno das demandas da rotina presencial.

Medidas para redução da agressividade na escola

Um grupo de especialistas ouvidos em uma audiência pública da Comissão de Educação (CE), afirmaram que o acolhimento dos estudantes é fundamental.

O presidente da Comissão do Plano de Urgência para Paz nas Escolas Públicas do DF, Tony Marcelo, afirma que a escola é que o reflexo de uma sociedade que apresenta problemas agudos. Desse modo, aponta que o papel social da escola deve ser fortalecido e que não deve-se pensar na violência de modo isolado.

Já o assessor Especial do Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Patrick Tranjan, diz que a ampliação do horário escolar, com currículo direcionado para a tutoria e escuta dos alunos, faz parte dos meios para sanar o problema da violência no ambiente escolar.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC) os profissionais especializados recomendam que os pais e a escola permaneçam atentos ao comportamento dos jovens e mantenham abertos os canais de comunicação com eles.

Na opinião da professora de psicologia Ciomara Schneider, psicanalista de crianças e adolescentes, o diálogo continua sendo a melhor ferramenta para prevenir a violência, que pode ter efeitos extremamente prejudiciais na vida de crianças e adolescentes.