O Ministério das Relações Exteriores finalizou a digitalização de acervo de documentos históricos que fazem parte do Museu Histórico e Diplomático e estão sob guarda do Arquivo Histórico do Itamaraty e disponibilizou nesta sexta-feira (05). O material reúne registros que ajudam a compreender uma das passagens mais marcantes da história brasileira: o tráfico transatlântico de pessoas escravizadas no século XIX.
O conjunto documental disponibilizado reúne cerca de 50 metros lineares, o que corresponde a 25.877 páginas, referentes a aproximadamente 160 embarcações negreiras que foram interceptadas por forças navais britânicas, brasileiras e também de outros países. Esses navios foram submetidos a julgamento pela Comissão Mista de Combate ao Tráfico, sediada em Serra Leoa, que funcionou entre 1815 e a metade daquele século.

Os registros permitem observar com detalhes as condições de transporte dentro das embarcações, além de expor os mecanismos jurídicos e políticos empregados para dar aparência de legalidade ao comércio de pessoas escravizadas. Por esse motivo, o acervo é considerado fonte de pesquisa relevante para diferentes áreas do conhecimento, como História, Direito, Relações Internacionais, Direitos Humanos e Memória Social.
Segundo o Itamaraty, o processo de digitalização cumpre uma dupla finalidade: garantir a preservação do material e, ao mesmo tempo, democratizar o acesso a pesquisadores e ao público em geral. A iniciativa também busca estimular novos estudos sobre a escravidão e as estratégias internacionais que tentaram combater o tráfico de seres humanos na época.
O acervo completo está disponível de forma gratuita na plataforma Itamaraty Digital e pode ser consultado por meio do endereço eletrônico: clique aqui.
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