Nesta quarta-feira (31), a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que vai investigar o caso em que duas influenciadoras, Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, dão uma banana e um macaco de pelúcia para duas crianças negras.
De acordo com a PC, os agentes vão analisar os vídeos para identificar os demais envolvidos, e também descobrir o local e a data exatos dos registros postados por elas. Também será apurado, de acordo com as autoridades, se elas praticaram crime de racismo ou injúria racial, e se também infringiram o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Entenda
Na noite da última terça-feira (30), começou a circular na internet um vídeo de duas influenciadoras Kérollen e Nancy, entregando bananas e macacos de pelúcia como “presente” para crianças negras. As imagens revoltaram usuários que logo apontaram a atitude como racista. A advogada Fayda Belo denunciou o caso e comentou sobre a imagem.
“Racismo não é entretenimento. Racismo é crime!”, escreveu ela em um post onde também compartilhou um link para denunciar o conteúdo ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Com a repercussão, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) vai abrir um inquérito para investigar o caso e a conduta das duas mulheres.
No post que condena a atitude, a advogada especialista em crimes discriminatórios continua comentando a situação. “Vocês conseguem dimensionar o nível de monstruosidade que essas duas desinfluenciadoras tiveram ao dar um macaco e uma banana para duas crianças inocentes e ainda postar em suas redes sociais para seus mais de 13 milhões de seguidores, para ridicularizar duas crianças negras”, disse ela.
Em um dos vídeos uma delas pergunta para um menino se ele prefere R$ 10 ou um presente. Ao escolher o presente, ele abre o embrulho e se decepciona ao perceber que é uma banana. Na sequência Nancy questiona se ele gostou do presente, e ironiza dizendo que foi ele que escolheu.
Em outro vídeo, Nancy perguntou para menina se ela gostaria de ganhar R$ 2 ou o presente, que estava em uma caixa enorme. A criança então escolheu o presente, e ao se deparar com a pelúcia, a criança inocente aparece feliz.
Nas redes sociais usuários ficaram revoltados em relação ao caso. A advogada ressalta que a atitude de mãe e filha – Nancy e Kérollen – é caracterizado como racismo recreativo.
“Para incitar essa discriminação perversa, que nos tira o status de pessoa, e nos animaliza. Como se fosse piada, mas não é piada não. O nome disso é racismo recreativo! Usar da discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão, de descontração, de recreação, agora é crime“, diz Fayda Belo, que também destaca que ambas podem pegar cerca de 8 anos de prisão.
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Ela também cita o artigo 17 e 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente. “Diz que é inviolável a integridade moral do menor, bem como a sua imagem deve ser preservada. O 18 diz que é proibido expor menores de idade ao constrangimento”, diz ela no post.