A peça ‘’Solano, vento forte africano” evidência episódios marcantes da trajetória do artista, como o seu convívio com a atriz Ruth de Souza – amiga que o abrigada após as manifestações políticas pelos direitos dos trabalhadores. A obra é dirigida por Geovana Pires, que assina a dramaturgia junto à Elisa Lucinda
O espetáculo com classificação indicativa de 12 anos permanece em cartaz até o dia 01/12, as sextas e sábados às 20hrs e aos domingos às 19hrs, na Casa de Mysterios e Novidades, Rua Pedro Ernesto, 21 – Gamboa, RJ. As entradas são vendidas a R$ 40,00, R$ 20,00 (meia) e para moradores da zona portuária e arredores apresentando o comprovante de residência pagam apenas R$ 10,00.
A militância política de Solano era pacífica, e ele é considerado por muitos o Gandhi da literatura popular brasileira, mesmo tocando em pontos críticos – dentre eles, a dificuldade de inserção do negro no mercado de trabalho. Com isso, a formação da equipe profissional, isto é, técnicos e atores, são predominantemente negros. Tudo isso, para reforçar ainda mais o espírito de militância em prol dos negros que Solano Trindade possuía. “Solano tem profunda importância na unificação dos movimentos negros”, explica Geovana Pires, diretora do espetáculo.
Nordestino como ele, o ator Val Perré foi escolhido para dar vida ao “Poeta do Povo”, que foi ainda fundador do Teatro Popular Brasileiro – companhia formada basicamente por domésticas, estudantes, comerciários e operários na década de 1950. “Tive a dimensão da importância da obra do Solano ao receber o convite para interpretá-lo e, como ator negro e nordestino, fico pleno de prazer e reconheço esta responsabilidade. Temos uma missão de levar a obra de Solano a todos, dando voz e continuidade, percebendo a mensagem de liberdade e o amor que é latente no seu trabalho. Solano é um cara que precisa ser divulgado, ser visto, ser ouvido. As pessoas precisam conhecer a obra do Poeta Solano Trindade”, afirma Val Perré.
Sobre Solano Trindade:
Natural do Recife, em Permambuco, nasceu, no dia 24 de julho de 1908 e faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1974. Ele foi um poeta brasileiro, folclorista, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e militante. Filho do sapateiro Manuel Abílio Trindade, foi operário, comerciário e colaborou na imprensa.