O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome anunciou que vai bloquear 1,2 milhão de beneficiários do Bolsa Família nesta quarta-feira (12). O motivo é a suspeita de fraude nos cadastros como famílias unipessoais, contendo apenas uma pessoa.
Além disso, o Ministério está analisando 6 milhões de cadastros feitos durante o período eleitoral e mais de 125 mil famílias deixarão de receber por não se enquadrarem no perfil ou por ter ficado seis meses sem sacar os valores depositados.
Os beneficiários que tiveram os valores bloqueados serão avisados por mensagem no celular e terão 60 dias para regularizar a situação, se for o caso. Ao todo, o Ministério acredita que, dos 6 milhões de cadastros realizados entre maio e outubro de 2022, 4 milhões são irregulares.
No início do ano, 1,5 milhão de cadastros foram cancelados por terem um perfil fora da faixa de direito do recebimento do Bolsa Família. Em alguns casos, técnicos da pasta encontraram 7 mil pessoas com renda média mensal acima de R$6.500 recebendo o benefício. Para receber o benefício a família deve ter renda de até R$ 218 por pessoa.
Segundo o Ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, os cadastros realizados entre maio e outubro de 2022 podem ter ligação direta com as eleições. “Existem vários processos que comprovaram o uso eleitoreiro do Auxílio Brasil (nome do programa até este ano). Ainda assim, a gente está bastante cuidadoso”, afirma o titular da pasta em entrevista ao jornal O Globo.
Dias revela ainda que as irregularidades encontradas mostram a “má fé” de algumas pessoas na utilização do Bolsa Família e pode tirar o direito de outra família que realmente necessita do benefício social.
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“Na primeira leva, encontramos pessoas com renda elevada. Agora, qual situação encontramos? Uma família em que o marido se inscreveu, a esposa se inscreveu, o filho se inscreveu. Ou, seja, três pessoas da mesma família inscritas como se fossem três famílias“, explica.
“O Bolsa Família tem um foco na família, o que se deseja é que se garanta a condução de uma renda que possa trazer um padrão de renda para suprir consumo”, conclui.
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